06 abril 2015

Dhlakama: de comandante de guerrilha rural a comandante de desobediência civil urbana (4)

- "Dhlakama afirmou que 15 mil manifestantes travaram uma ditadura no Egito, um Governo, disse, com um exército mais forte que a FADM (Forças Armadas de Defesa de Moçambique) e uma polícia bem alimentada, avisando que as multidões que aderem aos seus comícios seriam capazes de assaltar o país em poucos minutos, não havendo homens e balas para parar a sua fúria." Aqui.
- "Imaginem que eu convoco um comício na Beira, com milhares de pessoas, e marchamos para o palácio da governadora [Helena Taipo] para dizer 'vai-te embora'. A polícia pode tentar disparar, os meus guardas também vão responder e, então, voltaríamos à guerra", afirmou Afonso Dhlakama, que se referiu à dirigente provincial de Sofala, nomeada pela Frelimo, como "aquela macua" (originária de Nampula, norte)." Aqui.

Quarto número número da série. Chegou a altura de terminar esta curta série. O projecto de lei sobre autarquias provinciais entregue pela Renamo à Assembleia da República está a ser sujeito a um processo de consulta pública. Muito provavelmente a tomada de decisões vai levar tempo. É nesse âmbito, certamente pressionado pela ansiosa elite militar e civil do seu partido, que o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, mantém a pressão política nos seus comícios provinciais com  a campanha de desobediência civil, ao mesmo tempo que - como propus no número anterior  - cria condições para uma sanduíche de pressão política em crescendo e de cenário de caos, reactivando a guerrilha rural para complementar a desobediência civil urbana caso esta não surta o efeito desejado. Finalmente: recorde os horrores da guerra de 1976/1992,  um dos maiores holocaustos da história da humanidade, aqui.
Adenda às 07:45: a seguinte descrição é paradigmática e confirmadora, aqui.

Sem comentários: