02 abril 2014

Se for verdade

Se for verdade que um comboio de carga da Vale Moçambique, transportando carvão mineral, vindo de Moatize, foi atacado na noite de segunda-feira no distrito de Muanza, província de Sofala, como noticia o "@Verdade" digital aqui e se se tiver em conta o que a "Rádio Moçambique" reportou aqui, pode dar-se a hipótese da consolidação de um processo cuja características sugeri no texto Cenários pós-Santungira (20) aqui (trabalho na íntegra aqui).
Adenda: se se confirmar o ataque ao comboio e caso seja a Renamo a autora, duas hipóteses podem ser consideradas: 1. Pressão militar da Renamo destinada a intensificar a pressão política sobre o governo no sentido de obter recursos de poder de forma acelerada e definitiva; 2. Dificuldade crescente para Afonso Dhlakama regressar à vida política civil, incólume e perdoado pelo exército governamental e, especialmente, pelos generais governamentais. Ao presidente da Renamo restam 27 dias para se recensear se quiser candidatar-se às presidenciais de Outubro.
Adenda 2 às 17:45: segundo a "Folha de Maputo", citando o vice-ministro do Interior, José Mandra, o ataque registou-se ontem à noite, confira aqui.
Adenda 3 às 18:49: ataque confirmado no portal da "Rádio Moçambique", que o atribui taxativamente à Renamo, aqui.

3 comentários:

Unknown disse...

Caro Professor, e na eventualidade de Afonso Dhlakama ter ja sido morto como resultado "dos ferimentos sofridos a quando do assalto a Santugira?! O que a meu ver faz com que a FRENAMO esteja actualmente acordando em tudo o que e possivel?! qual sera o cenario pos 30 de Abril???

nachingweya disse...

Os verdadeiros comandantes, os verdadeiros líderes não se dão ao luxo de tão prolongada ausência em tempo de crise sem que estejam falecidos.
A própria candidatura do partido no poder a presidencia pode fundar-se nos verdadeiros resultados do ataque a Satungira em Outubro de 2013.
Suspeito que um dia nos dirão que Afonso Dlhakama não resistiu a uma malária, diabetes ou uma entorse ao dedo mindinho em parte incerta.

nachingweya disse...

E pelo que vimos em 1992 no processo de cessar-fogo, quer queiramos quer não, temos que admitir Dlhakama foi um verdadeiro líder, um incontestado comandante.
Se não estivesse molestado ou sequestrado estaria mais activo no terreno (lembram-se do que aconteceu quando o exercito tomou a casa Banana?)