Escrevi no número inaugural desta série que a vida é uma antífrase bem mais real do que pensamos, é um casamento permanente entre o Mesmo e o Outro bem mais forte do que supomos. Tomando a internet como referencial geral e as redes sociais como vasos capilares de um novo conceito do social em particular, o argumento nesta série consiste em mostrar que somos capazes de nos unir em torno de um ideal no preciso momento em que, conhecendo-nos, nos desconhecemos.
Escrevi no número anterior que era possível aprofundar o impacto das estradas e das praças virtuais explorando analiticamente quatro temas: (1) generalização do confessionalismo (do tipo cristão) público, (2) multiplicação do brejeirismo, (3) irradiação capitalista ilimitada das ADM (Armas de Distração Maciça) e (4) mobilização, propaganda e clintelismo políticos.
Passo ao brejeirismo, segundo tema. Não entendo aqui brejeirismo como simples prática de gracejos maliciosos, de facécias, mas como prática variada de sentimentos, de temas e de escrita digamos que leves, ao arrepio da profundidade, digamos que deliberadamente em cima do joelho. Escrever simples, com corruptelas, com abreviações, como que descuidadamente de propósito, é, em meu entender, um dos aspectos mais marcantes do confessionalismo digital, bem vincado, por exemplo, no Facebook. Gente com cursos superiores desce ao rés-do-chão da vida, gente que já aqui está aqui permanece, temas complexos sofrem um tratamento galhofeiro, um banho terra-a-terra, uma reinvenção de banalidade benévola. Criam-se assim ambientes tu-cá-tu-lá, íntimos, informais, naturais, professados sem problemas pelos membros de cada grupo de chat, cheios do estimulante Gosto e da adição sem pausa de amigos, de fonismos do tipo ehhhhhhh ou Kkkkkkkkk, adubados pelos anglicismos ou pelo sistemático uso do inglês, etc. (crédito da imagem aqui).
Escrevi no número anterior que era possível aprofundar o impacto das estradas e das praças virtuais explorando analiticamente quatro temas: (1) generalização do confessionalismo (do tipo cristão) público, (2) multiplicação do brejeirismo, (3) irradiação capitalista ilimitada das ADM (Armas de Distração Maciça) e (4) mobilização, propaganda e clintelismo políticos.
Passo ao brejeirismo, segundo tema. Não entendo aqui brejeirismo como simples prática de gracejos maliciosos, de facécias, mas como prática variada de sentimentos, de temas e de escrita digamos que leves, ao arrepio da profundidade, digamos que deliberadamente em cima do joelho. Escrever simples, com corruptelas, com abreviações, como que descuidadamente de propósito, é, em meu entender, um dos aspectos mais marcantes do confessionalismo digital, bem vincado, por exemplo, no Facebook. Gente com cursos superiores desce ao rés-do-chão da vida, gente que já aqui está aqui permanece, temas complexos sofrem um tratamento galhofeiro, um banho terra-a-terra, uma reinvenção de banalidade benévola. Criam-se assim ambientes tu-cá-tu-lá, íntimos, informais, naturais, professados sem problemas pelos membros de cada grupo de chat, cheios do estimulante Gosto e da adição sem pausa de amigos, de fonismos do tipo ehhhhhhh ou Kkkkkkkkk, adubados pelos anglicismos ou pelo sistemático uso do inglês, etc. (crédito da imagem aqui).
(continua)
1 comentário:
"Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk"....
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