A estrutura nasce no dia em que um pacato cidadão recebe a tarefa de dirigir algo importante no Estado, mesmo se esse importante é pequeno e mora em pequeno sítio.
A partir do dia em que o pacato cidadão se torna estrutura, se estrutura como chefe, imediatamente acontece a modificação metabólica do seu ser social.
Então, a estrutura distancia-se, cria todo um enorme e sumptuoso conjunto de barreiras e de regras entre si e os outros, de complicados meios de acesso, de sinais de aviso, digamos que se rodeia de um poderoso firewall com a função de mostrar que tem o poder de poder sujeitar os pretendentes ao contacto a um ritual clientelista firme e sem fim.
A mentalidade do antigo pacato cidadão, hoje estrutura de grande visibilidade, gestor de imponentes recursos de poder, consiste em distanciar-se do comum dos mortais para ser respeitado. A solene e teatralizada estrutura de hoje exige súplica, temor e vassalagem, mesmo quando sorri, especialmente quando sorri - esse é um dos seus maiores prazeres.
A mentalidade do antigo pacato cidadão, hoje estrutura de grande visibilidade, gestor de imponentes recursos de poder, consiste em distanciar-se do comum dos mortais para ser respeitado. A solene e teatralizada estrutura de hoje exige súplica, temor e vassalagem, mesmo quando sorri, especialmente quando sorri - esse é um dos seus maiores prazeres.
Como disse um dia Samora Machel, os homens podem alterar situações, mas novas situações podem transformar os homens, mesmo os mais revolucionários (cartun reproduzido daqui).
4 comentários:
Genial, Professor! Como sempre aliás! Mas há muito tempo que não lia nada tão certeiro...
Muito obrigada, mais uma vez
P. Lopes
1. Bravo! Professor;
2. Vós mercê é sem dúvidas um verdadeiro cientista do SABER;
3. Regards,
4. Fijamo (...)
Drama maior ainda é a tribalização da estrutura...
O sorriso 'e demais,
'E o sorriso "sui-generis".
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