13 novembro 2010

Graça, Marcelino e Rebelo: a frente crítica (15)

Afinal não é hoje que vou terminar a série, sou definitivamente um desajeitado, peço a vossa indulgência.
3. O futuro. Quer Mondlane quer Samora, nas formas de enunciar que foram as suas, em momentos históricos diferentes, colocaram-nos um duplo desafio relacionado com dois tipos pós-coloniais de um desejado Moçambique diferente, a saber:
(1) Tipo de sociedade e de relações sociais de produção
(2) Tipo de dirigentes adequados
Mas estavam Mondlane e Samora sós na cruzada? Não, importa recordar, ainda, Amílcar Cabral:
"Nós, da CONCP, comprometemo-nos com os nossos povos, mas não lutamos simplesmente para pôr uma bandeira no nosso país e para ter um hino. Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, que nos nossos países nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”.
(continua)
Nota: esta série vai surgir brevemente aglutinada e revista, num certo local a anunciar.

4 comentários:

Abdul Karim disse...

Agora em funcao ao discurso do Amilcar Cabral, fiquei mais confuso,

1- A "frente critica tem o mesmo pensamento em relacao aos "deveres e objectivos da luta" ?

2- A frelimo actual esta actualmente a "lutar" pra os mesmos "objectivos e deveres de luta" ?

Coloco essas questoes, porque a uma determinada altura entrei conflito interno comigo mesmo, porque os "deveres e objectivos" discritos pelo Amilcar Cabral, nao sao visiveis a olho nu, e ate tem lesado a todos aqules que tem lutado pelos mesmo "deveres e objectivos", embora de formas mais democraticas que as "lutas armadas".

Agora, a que conclusao chegamos ?

Afinal esses "deveres e objectivos" sao de quem e para quem ?

Isso porque a "remoralizacao" da sociedade, passa por clarificar o pretendemos como pais e como sociedade, para depois em conformidade aos objectivos, podermos unir esforcos no "realinhamento" e construcao duma nacao mais justa e prospera .

Unir esforcos significa implicitamente maior inclusao e eliminacao total da intolerancia politica, a distribuicao de opurtunidades em funcao ao merito em todas as areas, o investimento na qualidade de educacao por forma a ter uma base solida e sustentavel de DH.

Caso contrario, os "Objectivos" jamais serao atingidos e teremos continuamente falhado os "nossos deveres", independentemente de pertencermos, ou nao, a geracao do Amilcar Cabral e outros libertadores.

fenix disse...

Tudo é possivel quando a unidade se mantem concreta.
com base numa realidade(prencipio) defines os propositos(atingir este e aqueles fins)por estes motivos(por isto e por isto)chama-se a isto Arquitectar, para realizar este objectivo. regra geral temos o plano A(vale a pena trabalhar por ele) que é o mais obvio e depois o plano B o do coração utopico sabemos que nunca iremos realiza-lo mas vale a pena lutar por ele, depois temos o ultimo recurso ou o desesperado(alturista) pois independentemente do que façamos o resultado sera este(vale a pena morrer por ele).
1- a carta dos direitos da criança
2- a carta dos direitos universais do Homem
3-A vida(vale a pena vive-la )
A unidade pode ser um conjunto de valores, pessoas e objectivos, por necessidades, para com ideais, nesta ou naquela realidade a verdade é sempre a verdade no concreto dos factos.
Todos os movimentos têm dois tempos o de rotura e o de consequencia.
Eu volto á minha tudo tem um prencipio.
E facil vencer uma batalha(mais vale nem começar)construir um pais é mais dificil(consequencia do mapa cor de rosa)mas realizar uma nação é muito mais dificil(á muitos poucos estados nação para as potencialidades dos nossos universos)para isso é preciso ter um Pais reconhecido internacionalmente, uma constituição que imprima uma logica sufragada por todos os constituintes, instituiçoes que observem o cumprimento dos superiores interesses dos visados, e pessoas que cumpram para com os interesses estabelecidos para com os propositos respectivos,e cumpram para com os cumpromissos estabelecidos com os organismos internacionais, nada disto interessa se os propios não cumprirem com as suas respectivas obrigaçoes, seria como teres isto tudo mas retirares a humanidade da equação. se o homem é a base de todos os estados então o prencipios desses estados são os direitos desses homens pelos valores que defendem em relação as realidades de vida que têm em conjunto, existe um valor patrimonial que é a terra e os seus valores um intlectual que é a natureza das suas personalidades em relação com o futuro da sua identidade e um emocional que é os seus direitos deveres e obrigações no tempo desta realidade e assim conseguirão como estado assumir as suas responsabilidades para com terceiros.
Eu hoje tenho um pensamento, posso idealizar tudo e mais alguma coisa, eu penso que os homens que vieram antes de mim eram mais inteligentes do que eu e que tambem tiveram os mesmos pensamentos e que os que viram depois tambem assim sera, uns movimentar-se-ão pelo amor outros pela ganancia outros por estupidez abestracta.Imaginem uma roda de amigos a falarem em 1879, um zulu, um alemão, um portugues um chines um indu um muçulmo, um ingles, um frances, um ronga a analizarem as suas realidades, e a pensarem o que seria melhor para eles deixarem aos seus filhos sabendo que não estariam (imaginem que todos eles tivessem viajado juntos e conhececem todos os mundos e a maior parte dos paises costeiros e alguns interiores e que todos soubessem uns dos outros) cá para os ajudar a construir, que arquitectura internacional e que objectivo nacional, que parcerias, como será o futuro da humanidade, como antecipar a historia, como vingar a enternidade.se consedermos a cada um de nós o previlegio de sermos nós propios e jurar-mos fedilidade a uma causa será mais facil descobrindo os futuros construir uma realidade similar, o que não faz muito sentido é lutar pela liberdade destruindo as consciencias e ignorando as consequencias .

ricardo disse...

Karim,

Amilcar Cabral era essencialmente um utopico. Foi um dos poucos que acreditou na independencia de Guine-Bissau e Cabo Verde, enquanto UNICO pais, unico povo.

Portanto, muito do que ele disse, apesar de interessante, e so para exercitar neuronios nas horas livres. Nunca teria aplicabilidade nenhuma.

De Cabral, prefiro recorda-lo como um excelente agronomo. Que o foi.

fenix disse...

O tempo de uma vida é muito limitado para se aferir o que quer que seja, existem bens maiores eles sao cumuns á maioria das pessoas, estados e religioes, é normal que quem se movimente em função desses bens veja vingar as suas pretençoes mais tarde ou mais cedo independentemente do tempo de vida o que importa é a justiça a legetimidade e a bondade, eu vejo hoje que existem muitos Cabo Verdianos que adoram a localização geografica de onde provêm e que este pais não consegue prover a subsistencia de todos, é natural que as pessoas possam optar por se localizar nas circundancias sendo pois a Guine o primeiro assentamento obvio eu tambem penso que os cabo verdianos deveriam ter a nacionalidade Portugueses mas sei que isso retiraria dividendos aos estados(bem mas isso são outros quinhentos)á determinadas pessoas que as suas vidas estravazam o tempo fisico(tipo Che Guevara, Amilcar Cabral etc)