03 setembro 2010

Quatro pontos sobre as manifestações (3)

Avanço na série.
No número anterior falei-vos do celular. E acrescentei: o mágico celular parece ser encarado por certos círculos como estrangeiro à cultura e às posses dos habitantes das periferias. Na verdade, nesta fase de luta política, o mágico celular surge em certos círculos como um ícone representativo da exterioridade, de uma influência estrangeira politicamente deletéria, como eixo da mão externa escondida, dos conspiracionários obscuros. Em períodos normais o celular é louvado e é proteína das campanhas publicitárias; em períodos de luta política, porém, é encarado com suspeição. Ora, o celular é parte integrante da cultura popular, foi moçambicanizado, pelo xitique mesmo os mais desfavorecidos podem obtê-lo.
(continua)

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