"1. As alunas têm crises de pânico movidas pelo medo provocado pelos desmaios das colegas, pelas histórias que justificam os referidos desmaios, e pela crença instalada sobre o fenómeno que envolve apenas os alunos do sexo feminino;
2. Foram presenciadas durante o encontro duas situações de suposto desmaio em que duas alunas literalmente se jogaram no chão aparentando perder os sentidos e uma delas com movimentos que evidenciavam uma tentativa por parte desta em exibir um quadro de transe ou possessão. Como não havia evidência de redução dos sinais vitais, ninguém interveio para as apoiar tendo o suposto desmaio passado por si e as referidas alunas se recuperado após alguns minutos. Entretanto, as restantes alunas ficaram impressionadas com o acto o que foi rapidamente controlado pela equipe impedindo-as de se aproximarem das colegas ou de tomarem qualquer atitude protectora ou de fuga.
3. Foram identificadas quatro líderes naturais que aparentemente fomentam as crises de pânico alegando que têm ajudado as colegas que desmaiam com orações. Uma delas referiu que de certo modo “sente que tem um poder de combater os espíritos que as possuem com a sua grande fé e que se sente como uma profetisa” (sic). Importa referir que duas das líderes do grupo relatam que cresceram juntas e já rezam desde crianças na mesma igreja “católica”.
De referir que notou-se a existência de dois grupos que disputam a liderança e protagonismo dos eventos."
Extracto de um relatório, datado de 17 de Maio, de uma visita preliminar realizada à Escola Secundária Quisse Mavota - na periferia da cidade de Maputo - por uma equipa do Departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde. A equipa teve uma sessão de grupo com as 63 alunas que alegadamente tinham desmaiado na escola. Entretanto, continue a seguir a minha série com o título Os desmaios femininos na Quisse Mavota, aqui.
2. Foram presenciadas durante o encontro duas situações de suposto desmaio em que duas alunas literalmente se jogaram no chão aparentando perder os sentidos e uma delas com movimentos que evidenciavam uma tentativa por parte desta em exibir um quadro de transe ou possessão. Como não havia evidência de redução dos sinais vitais, ninguém interveio para as apoiar tendo o suposto desmaio passado por si e as referidas alunas se recuperado após alguns minutos. Entretanto, as restantes alunas ficaram impressionadas com o acto o que foi rapidamente controlado pela equipe impedindo-as de se aproximarem das colegas ou de tomarem qualquer atitude protectora ou de fuga.
3. Foram identificadas quatro líderes naturais que aparentemente fomentam as crises de pânico alegando que têm ajudado as colegas que desmaiam com orações. Uma delas referiu que de certo modo “sente que tem um poder de combater os espíritos que as possuem com a sua grande fé e que se sente como uma profetisa” (sic). Importa referir que duas das líderes do grupo relatam que cresceram juntas e já rezam desde crianças na mesma igreja “católica”.
De referir que notou-se a existência de dois grupos que disputam a liderança e protagonismo dos eventos."
Extracto de um relatório, datado de 17 de Maio, de uma visita preliminar realizada à Escola Secundária Quisse Mavota - na periferia da cidade de Maputo - por uma equipa do Departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde. A equipa teve uma sessão de grupo com as 63 alunas que alegadamente tinham desmaiado na escola. Entretanto, continue a seguir a minha série com o título Os desmaios femininos na Quisse Mavota, aqui.
(continua)
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