Sentado, rodando em permanência o olhar, com a máquina fotográfica disponível, vou consumindo o extraordinário mundo - também espantoso palco - de pessoas, gestos, actos e relações, jovens, meia idade e idosos, gestos de hábito, gestos de novidade, uns inventando, outros repetindo no mesmo exacto e túrgido tempo. Cada pessoa, cada mundo na aparência. Na aparência? Sim, porque cada pessoa é, em cada um dos seus actos, não importa quando nem onde, um momento de uma cadeia relacional, de uma cadeia de socializações, de regras, de princípios explícitos e implícitos. E assim, neste exacto momento e neste vasto mundo que só na aparência é caótico, aleatório e individualizado, acabo por dispensar o registo fotográfico, registo que sempre ficaria pobre se activado. O social flui, independentemente de mim e da máquina fotográfica. É essa, afinal, a melhor fotografia.
Adenda: já agora, permita-me sugerir-lhe visite o Diário de um fotógrafo, aqui.
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1 comentário:
Excelente.
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