Com o título em epígrafe, um comunicado de imprensa da organização Justiça Ambiental: "O governo moçambicano rejeitou o “Estudo de Impacto Ambiental” (EIA), da proposta de
transporte do carvão pelo Rio Zambeze, das companhias mineiras “Riversdale/Rio Tinto” de
acordo com a notícia do Jornal Savana de 01 de Março corrente. Segundo declarações do Ministro
dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula contactado via telefone pela agência Reuters,
reproduzidas pela Macauhub (Agência Noticiosa), edição de 02 de Março de 2012, “precisou que
o impacto ambiental da proposta é muito negativo e, não havendo soluções para mitigar esse efeito,
não é possível utilizar o transporte fluvial para transportar até à costa o carvão mineral extraído na
província de Tete”. Aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
7 comentários:
Talvez tenha sido a decisão acertada.
Talvez quisessem dizer que o IMPACTO AMBIENTAL ELEITORAL ficaria muito negativo para o Governo de Maputo...
Nao e de hoje que projectos estruturantes que permitem o centro e norte de Mocambique libertar-se das amarras do sul sao chumbados por razoes subjectivas como esta. A sul do Save ninguem quer ver mais a norte um corredor de desenvolvimento semelhante ao de Maputo. Efectivamente!...
Lamento muito esta decisao do Governo. Visto que na ansia de encher os bolsos de um grupo de eleitos, poderemos ter morto a galinha dos ovos de ouro. E no dia que tivermos que faze-lo, aceitaremos qualquer coisa que nos servirem a mesa!
Um curso de água deve ser olhado, entre outras valências, como meio de comunicação, factor de desenvolvimento.
Sobre a navegabilidade do rio Zambeze, tendo em vista justamente a viabilidade da exploração do recursos mineiros do Vale do Zambeze, os vários estudos do Sr Professor Doutor Engenheiro Alberto Abecassis Manzanares (que Deus tenha) da HP (Hidrotécnica Portuguesa)conduzem à conclusão contrária à reprovação.
Os argumentos técnicos do Sr Professor parecem ser razoáveis, actuais e perfeitamente sustentáveis do ponto de vista ambiental pois até concorrem para uma melhor regularização do rio.
Onde se podem obter os fundamentos científicos em que se baseia a reprovação do EIA?
Seria interessante uma análise comparativa.
Bem gostava de estudar o relatório...
O zelo em relação ao Zambeze devia estender-se às próprias áreas de mineração. Entre as mais de 50 concessões carvoeiras quantas têm aprovado o EIA e quantos estão observando as recomendações de maneio ambiental? 3, ao que me dizem. 3!; e todas as 3 de modo deficitário, quase tímido,i.e., não muito sério.
Daqui a 25 anos Tete será um deserto cheio de carateras do tipo lunar.
David Livingstone (Escócia 1913- Zambia 1873) chamou o Zambeze "a auto-estrada para o comércio e evangelização"
Bem observado. Lembro-me por exemplo de identico problema enfrentado pelas RFA e RDA por causa das minas de lignite (coque vegetal) e da hulha. Era uma buracada enorme, feia, suja e desoladora. Foi entao que se instituiu uma LEI AMBIENTAL que obrigava as mineradoras a reflorestar os espacos logo que a sua exploracao estivesse esgotada. Com isto ganhou tambem a qualidade de vida do povo Alemao...
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