19 novembro 2011

Espíritos, doenças e médicos do invisível (3)

Prossigo esta série. Em epígrafe, mais uma guia de transferência de um órgão do Estado para a Ametramo, desta feita a propósito de um reincidente caso de suposta feitiçaria.
Entretanto, regresso ao fenómeno que deu origem a esta série: um marido espírito atribuído, faz três anos, a uma jovem de 15 anos por seu avô.
Neste como em muitos outros casos, importa ter em conta pelo menos quatro fenómenos:
1. Crença nas forças do invisível
2. Crença na intencionalidade das forças do invisível
3. Crença na possibilidade de uso positivo ou negativo dessas forças
4. Crença na legitimidade dos gestores das forças do invisível
(continua)
Adenda: "Para se ter uma ideia, na África do Sul, enquanto há um médico para cada 20 mil habitantes, existe um curandeiro para cada 500 pessoas." Aqui.
Adenda 2: um trabalho do antropólogo Paulo Granjo intitulado "Saúde e doença em Moçambique", aqui.
Adenda 3 às 6:52: a história que dá origem a esta série (atribuição de um marido-espírito a uma jovem de 15 anos) está melhor contada no portal da Rádio Moçambique, aqui.

4 comentários:

Salvador Langa disse...

Nós dizemos que que somos africanos e por isso pensamos assim. Oras, mas eu sou africano e não penso assim. Como se pode acreditar que uma jovem tem um marido que não existe? O pior é as pessoas acreditarem nesses curandeiros.

BMatsombe disse...

Muitas vezes essa é a aspirina dos sofredores...

Xiluva/SARA disse...

Por vezes receitam 'remédios'sem graduação, quem controla?

TaCuba disse...

Proponhoaos colegas a leitura de um artigo de Raymond Boudon que tem muitas referências à magia -
http://www.fes-web.org/publicaciones/res/archivos/res08/01.pdf