Atribuir a culpa de uma crise ao feiticeiro externo é usual, mas atribuí-la ao feiticeiro da casa é raro. E é ainda bem mais raro quando a atribuição é feita por um bispo, D. Manuel Martins, na ocorrência falando da chamada crise portuguesa: "(...) fico muito irritado quando, por parte desses senhores, que nós escolhemos e a quem pagamos generosamente, vejo justificar que esta crise impensável por que estamos a passar, é resultante de uma crise mundial. (....) Pois se há alguém que esteja a destruir o estado social do país, é o governo, com o que se passa a nível da saúde, a nível da educação, a nível da vida das famílias, dos impostos, dos remédios, mas que tem só atingido as pessoas menos capazes, enfim as pessoas que andam no chão, as pessoas que estão cada vez com mais dificuldades em viverem o dia-a-dia, precisamente por causa destas medidas do governo."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Ora aqui está, na nossa África somos grandes especialistas de procurar o feitiço fora da nosso "xitolo".
Mas temos pessoas que fazem mostrar o feiticeiro da casa.
Este clerigo e de Direita...
Salazar, Salazar, Salazar...
Mas tem razao.
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