05 janeiro 2011

Faleceu Malangatana

Vítima de doença prolongada, faleceu aos 74 anos o grande pintor moçambicano Malangatana Valente Ngwenha. Os meus pêsames à família enlutada. Paz à sua alma.
Adenda às 14:30 de 06/01/02011: um trabalho inserto no jornal português "Público", aqui.

5 comentários:

Abdul Karim disse...

Paz a sua alma,

Leonardo Zunguene disse...

R.I.P (Rest in peace).

V. Dias disse...

Fez um grande discurso (de improviso) na Universidade de Évora aquando da recepção do Doutoramento Honoris Causa. Tirei lágrimas. Paz a sua alma.

Zicomo

ricardo disse...

Nos últimos tempos, não andava bem de saúde. Hoje recebemos a notícia do desfecho inevitável.

Mas gostaria de recordá-lo pelos momentos felizes que me legou. A sua pintura Shetani, que ele na sua especialidade, a par do outro ícone da cultura nos anos 80, o tragicamente desaparecido escultor Chissano, tanto publicitou, numa altura em que Moçambique só aparecia nos jornais por causa da guerra. O seu gosto pelo canto e a narrativa oral, das lendas e costumes de Marracuene. O seu projecto com o Aladino Jasse, esse angolano com origens em Inhambane, que tentou materializar com os petizes de Ricatla, também em Marracuene.
As suas longas sestas nas sessões da Assembleia Popular, quando os assuntos se tornavam chatos. O seu mercedes-benz preto repentinamente avariado junto ao parque dos TPM em Maputo, quando ele (que nada percebia de mecânica) tentou arranjar resultando daí um verdadeiro milagre da engenharia carral que ao dar a ignição ao bólide, ficou é o alarme do carro a funcionar. E ao tentar desligá-lo, ficaram os para-brisas a funcionar ininterruptamente até a bateria gastar...acabando ele e o seu companheiro de viagem (estrangeiro) por seguirem viagem a pé. Foi a gargalhada geral ante a juventude estupefacta. Mas também o seu atelier perto da Mafalala ficava ali a dois passos... Alma de artista de pintor na mecânica, diriam alguns. Um insubmisso, diriam outros.

Enfim, um homem comum, mas fascinante e sábio. Por isso, seria totalmente justo renomear a ECA da UEM para homenagear este humilde nado de Marracuene, que um dia uma alma caridosa lhe abriu as portas com uma bolsa de Belas Artes na Gulbenkian, a quem ele nunca deixou de retribuir.

Paz à sua alma!

AlexdosMacas disse...

O país teve uma grande perda, Malangatana foi um monstro imbatível na pintura Moçambicana, Africana e além fronteiras. Todos amantes da arte e cultura estão de luto, a família enlutada os meus sentimentos;
Malangatana, viverás em nossas vidas pois teus trabalhos engrandecerão para sempre.
Rest in peace!
Alex Dos Macas