Dar coisas, dar esmolas, é sem dúvida um exercício humanitário. Mas é, também, em muitas ocasiões, creio, um exercício de poder, uma exibição de poder, eventualmente com muito prazer. Talvez tudo na vida tenha, afinal, a alma de Jano.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Muito profundo esse seu post, Professor,
Talvez a "purificacao" do acto de dar, esteja em abster-se do exercicio de poder, ou do exercicio de exibir,
O que de alguma maneira requer uma introspeccao, que ate nos pode levar a questionar a nossa propria necessidade de dar, e como consequencia ainda, a necessidade de pedir, ou ainda mais, pedir pra dar.
Sera Logico ? necessario ? valido ? pedir pra dar ? principalmente quando acto de pedir pra dar, em muitas ou na maioria das situacoes 'e tambem e igulmente humilhante assim como o acto do simples pedir.
Que poder?!
As esmolas sao oferendas ou pedidos?
Eis a questao.
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