13 dezembro 2010

Notas sobre Wikileaks (3)

Avanço um pouco nesta série (mapa em epígrafe do Spiegelonline aqui, pode também ver um outro mapa elaborado pelo Guardian aqui).
1. Policiamento panóptico. No século XVIII, o filósofo Jeremy Bentham desenhou um centro penitenciário - o panóptico - que permitia observar e controlar os prisioneiros sem que estes soubessem. Então, neste primeiro ponto do sumário permito-me comparar as centenas de embaixadas norte-americanas surgidas no WikiLeaks a extensões de um panóptico tentacular destinado a observar e a controlar o mundo a partir do Departamento de Estado+CIA em Washington (mas, também, cada embaixada é um micropanópico). Creio que o mapa em epígrafe é, disso, um bom exemplo. Esse policiamento panóptico nada tem de um chá de comadres fofoqueiras e distraídas, como, em certos quadrantes, se procura fazer crer (voltarei a este ponto). A cargo da maior potência imperialista do mundo, o policiamento, de par com outros tipos de policiamento (por exemplo, universidades e satélites), é executado com regras, modelos de recolha e tratamento de informação e padrões escalonados de acção. O WikiLeaks revelou uma parte (certamente uma pequena parte) do policiamento em curso e dos interesses estratégicos norte-americanos.
(continua)

2 comentários:

ricardo disse...

Sem dúvidas. Nem Orwell imaginaria melhor...

Nasser disse...

Concordo com o Ricardo.Simplesmente espectacular.