Avanço um pouco nesta série (mapa em epígrafe do Spiegelonline aqui, pode também ver um outro mapa elaborado pelo Guardian aqui).
1. Policiamento panóptico. No século XVIII, o filósofo Jeremy Bentham desenhou um centro penitenciário - o panóptico - que permitia observar e controlar os prisioneiros sem que estes soubessem. Então, neste primeiro ponto do sumário permito-me comparar as centenas de embaixadas norte-americanas surgidas no WikiLeaks a extensões de um panóptico tentacular destinado a observar e a controlar o mundo a partir do Departamento de Estado+CIA em Washington (mas, também, cada embaixada é um micropanópico). Creio que o mapa em epígrafe é, disso, um bom exemplo. Esse policiamento panóptico nada tem de um chá de comadres fofoqueiras e distraídas, como, em certos quadrantes, se procura fazer crer (voltarei a este ponto). A cargo da maior potência imperialista do mundo, o policiamento, de par com outros tipos de policiamento (por exemplo, universidades e satélites), é executado com regras, modelos de recolha e tratamento de informação e padrões escalonados de acção. O WikiLeaks revelou uma parte (certamente uma pequena parte) do policiamento em curso e dos interesses estratégicos norte-americanos.
(continua)
2 comentários:
Sem dúvidas. Nem Orwell imaginaria melhor...
Concordo com o Ricardo.Simplesmente espectacular.
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