Caminhei longamente a pé esta tarde, nesta múltipla cidade de Maputo. Sargetas entupidas, plásticos, garrafas, montões de coisas de identidades perdidas ou esquecidas; grelhas das valas de drenagem em falta, roubo visível; passeios cheios de carros, especialmente de 4x4, é um problema passar, respirar, sentir o horizonte; num bulevar onde ainda existe um pouco de relva tratada, lá está um 4x4. Ninguém mais respeita regras, a única regra é não as respeitar; ninguém se surpreende com o que quer que seja, surpresa seria sentir surpresa; tudo se vende, cada coisa é comércio, apenas falta vender o oxigénio que respiramos, em saquinhos, com o pregão "patrão, bom preço!". Irritado, verifiquei que as vísceras eram bem mais fortes do que os neurónios, que era vão todo o meu esforço para compreender e analisar, que era e é mais forte o protesto cidadão, a irritação dos sentidos. Isto é um desabafo verdadeiramente colérico, há um punho agressivo em cada palavra.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
8 comentários:
Devagar se chega ao longe... E estamos chegando. O professor tem toda a razao! Aqui ninguem respeita a ninguem. É cada um por si!!! Se o professor quiser ficar mais irritado, veja a Av Karl Marx ali perto da Somofer. A partir das 9 horas as pessoas estacionam do lado esquerdo, em dupla fila e outros estacionam do lado direito, deixando meio carro de fora. A gincana para passar é interessante. O professor acha que alguem se incomoda? Se o professor reclamar ainda lhe enviam para muito longe, se nao lhe derem com alguma coisa na cabeça. Esta é a nossa maravilhosa perola do Indico...
Na Eduardo Mondlane é so ver como as pessoas conduzem. Cruzam a linha continua, fazm U na parte central da avenida, entram pelas saidas e saem pelas entradas para as faixas central e lateral, enfim... é todo um desmando!... Alguns dirao que sou exagerado, mas isto ainda nao chegou ao fim... So a nossa imaginacao nos diz onde vamos parar.
Hoje aqui no Estrela Vermelha vi uma Senhora cortando carne no meio do passeio, para cozinhar. Principios de higiene??? Acho que as pessoas nem sabem que existe essa palavra... Fico por aqui, para nao dizer mais...
ML
E o que esta dar na patria dos herois! A perola esta no papel nos discursos o resto sao cantigas caro professor!
Onde nasce o problema?
Seria interessante ver ver a sua análise da situação professor.
Paciencia Professor, por favor, calma, paciencia,
Nao va andar ai aos murros na rua, vai ficar mal,
Om...Shanti...Shanti....Shanti.
Selva de Pedra, com as feras estacionadas no passeio.
O mais curioso e ver a Policia de Transito todas quintas e sextas-feiras a passar multas chorudas a quem circula acima dos 60km/h na N4!
Dizem por ai, que no Municipio, isso e coisa para a Policia Camararia.
E assim.
Papo de surdo e mudo - O Rappa
o nascimento
de uma alma
é coisa demorada
não é partido ou jazz
em que se improvise
não é casa moldada
laje que suba fácil
a natureza da gente
não tem disse me disse
o nascimento
de uma alma
é coisa demorada
não é partido ou jazz
em que se improvise
não é casa moldada
laje que suba fácil
a natureza da gente
não tem disse me disse
no balcão do botequim
a prosa tá parada
não se fala da vida
não acontece nada
no balcão do botequim
a prosa tá parada
não se fala da vida
não acontece nada
se não faltasse trabalho
no meio do barulho
o dia sobra
e sobra muito
papo de surdo e mudo
papo de surdo e mudo
surdo e mudo
ela não passa de onda
paisagem fluminense
parece dia de festa
todo mundo presente
se soubesse rimar
faria um samba antigo
onde reina a calma
e todo mundo é amigo
o calor é sólido
um pedaço eu sinto
como um bafo
e a cachaça
queima bem forte
vibrante e forte
estaria maluco
se não estivesse junto
1.E as acácias?
2. A quanto andamos?
3. Não é este Maputo que almejava visitar após a saída de Comiche?
4. Regresso à terra Chuabo sem saudades,
5. Regards,
6. Fijamo
Não é muito diferente de outras regiões, caro professor.
Paulo; Brasil
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