13 setembro 2010

Quatro medidas

Escrevendo sobre o país que afirma estar em crise, o jornalista Lázaro Mabunda propôs quatro medidas de austeridade, aqui.
Adenda às 11:03: já agora, sugiro ainda a leitura de um trabalho de Jeremias Langa, que termina com uma crítica aos partidos políticos da oposição e à Assembleia da República, aqui.

6 comentários:

V. Dias disse...

De facto há ministérios a mais, muitos deles mais não servem do que para acomodar os interesses dos "camaradas". Ainda assim, julgo que a verdadeira auteridade deve vir de cima.

Uma coisa, porém, é certa: ainda que se passe um ministério para o outro, o Governovai não vai despedir os seus funcionários públicos, muito menos vai retirar regalias aos seus "camaradas". Há um compromisso umbilical entre os "camaradas" e o Governo.

Também eu não vejo o papel dos Secretários Permanentes distritais. Trabalhei com alguns deles e não vi, necessariamente, porque é que essa estrutura existe a nível distrital!!! SE SÃO TODOS PERMANENTES?

Finalmente, não concordo com Mabunda num ponto. Entendo que em tempos o Ministério da Cultura pertenceu ao da Educação, mas actualmente, o raio de responsabilidade da Cultura é bem maior à da Educação. A Cultura abrange por exemplo: a literatura, a pintura, o artesanato, a escultura, a música, a dança, a museologia, etc, etc, etc. Ainda não é uma ciência mas é tão complexa como ela. A Educação teria - como teve - grandes dificuldades em colocar as coisas da Cultura a andar para a frente, até porque mal consegue se concentrar no seu papel: PEDAGOGIA.

Zicomo

Abdul Karim disse...

Viriato,

O primeiro ministerio a dasaparecer tem que ser de ciencia e tecnologia,

Aqueles so querem ir pra lua, num pais em que internet 'e so 1% da populacao, e maioria nem sabe usar um computador, aquele ministerio serve para que ?

A ciencia 'e educacao, ou educacao 'e ciencia, e chega pra nos.

Lunaticos nao da, ja faliram o pais, e passam o dia a gravitar, isso tem que acabar.

V. Dias disse...

Karim,

Discordo.

Penso que o uso da Internet no país é uma realidade.

E é preciso observar uma coisa: quando falamos das TICs não nos referimos apenas o uso da Internet.

As TICs engloba muito mais do que isto, por exemplo, a televisão, a rádio, a própria Internet, o telemóvel, jornais, etc. Acha que como é que é chegado hoje o Faísca de tão longe, do Niassa?

Se o Karim for aos distritos (alguns, nem todos) a fotografia que carrega na memória desses lugares já não é a mesma.

Vou-lhe dar um exemplo, os CMCs hoje são uma reralidade em alguns distritos. Centenas de moçambicanos estão a ser formados e/ou capacitados em matéria das TICs graças a uma série de projectos desenhados pelo MCT.

Os CPRDs também desempenham um papel preponderante nessa formação. Os telecentros, idem.

E hoje fala-se do governo electrónico, um projecto que não obstante estar a andar em passos de camaleão, não deixa de colocar o nosso país no centro das atenções.

O que não concordo é o passo acelerado de gigante que se dá por exemplo em fazer nascer instituições de energia atómica, isso não concordo. Penso que é um gasto para o OGE desnecessário.

Não posso deixar de assinalar os esforços da CAICC, AFRICOM, etc., em levar às TICs aos distritos. Hoje por exemplo as tecnologias da UEM é superior de algumas universidades europeias. É claro que o MCT regula, duma ou doutra maneira, a política de infortmática.

Este é um assunto do domínio do Dr. Luís Neves (leitor deste diário) mais do que ninguém, havendo dúvidas, pode lhe esclarecer.

Zicomo

Abdul Karim disse...

Es capaz de ter Razao,

Entao preferes manter um ministerio com os custos associados e a pensar em ir pra lua ?

Faz um gabinete e enquadra ele num ministerio, ou autonomo, nao precisa dum ministerio de ciencia e tecnologia pra gerir TIC's num pais que gente morre a fome, que nao tem pao,

Quando for necessario, ha-de se fazer um ministerio, agora 'e cortar o excesso e desnecessario, de momento.

ricardo disse...

O que Mabunda nos propoe e afinal um regresso ao passado aonde esses ministerios ja estiveram juntos. Mas sera que justificavam o OGE? A questao da austeridade deve ser olhada de inumeras facetas. Diminuimos o ministerios e o que fazemos com o numero actual de funcionario publicos, progressoes de carreira, reformas, etc? Pensem nisso. Ja agora, porque nao diminuir o numero de jornais e pasquins com larga tiragem e periodicidade e que nao vendem? Parece-me haver jornais a mais para um pais com tao pouca gente que sabe ler e escrever, ou com dinheiro para compra-los. Nao e? Alem disso, as arvores agradecem.
Mesmo a questao dos Jogos deve ser bem ponderada. Bem vejo que 250 milhoes de USD e um grande investimento, mas repare que muitos paises se servem deste tipo de expediente para levantar a sua economia. A RSA aparentemente, deu-se bem com o ultimo Mundial. E o Brasil ja comeca a ter lucros ainda a 4 anos da competicao. Mas compreendo os receios de Mabunda porque NOS ja nos mostramos incompetentes demais para qualquer um ficar pessimista. De facto, quando nenhuma seleccao do Mundial pos ca os pes, Mugabe - com sancoes - conseguiu receber pelo menos 3, e ganhar dinheiro com isso.

Por isso, austeridade nao e so cortar a torto e a direito. E necessario ser criterioso e depois cortar, como por exemplo, esperava que o articulista tambem questionasse o facto dos maiores detentores do OGE serem a Presidencia da Republica e o SISE. Coisa que Machado da Graca acabou, e muito bem, fazendo no Correio da Manha.

O que Jeremias diz, nao passa de um manual de boas intencoes, como alias tem sido o seu apanagio. Mas infelizmente, o mundo material e muito mais pragmatico e sinuoso. O Governo fez muito bem e patati, patata. E depois, o que se segue?!

Fait-diver do costume...

Karim, voce questiona a necessidade de um Ministerio da Ciencia em Mocambique. Ora, diga-me la, o que e teria sido o Software Plant da India se eles nao tivessem pensado diferente?

Abdul Karim disse...

Ricardo,

Comparar India a Mocambique nao 'e simples,

India esta em ascendente, 'e economia mundial emergente, 'e a maior democracia do Mundo, e teve um Gandhi, para alem dos Valores que asseguram a India como Pais, serem Valores seculares, e tem 1.000.000.000 de pessoas, tem muita pobreza, mas o pobre daqui tem diferenca do pobre mocambicano,

Mocambique esta de descendente, 'e um dos piores do mundo, esta a passos largos duma ditadura capitalista selvagem, nao te Valores eticos, e tem 21.000.000 de pessoas onde 80% 'e pobre, mais pobre que o pobre da india, para alem de HIV e outras doencas ai,

Sao realidades diferentes, onde eu moro, 'e uma nova cidade, com 200 das top 500 fortune companies, 'e um hub de foraign investment e IT na India,

Nao estamos a falar da mesma coisa, tem muito boas coisas pra aproveitar, mas nao 'e assim como esta-se a fazer ai, e cada pais tem suas particularidades, nao 'e porque funcionou na India que tem que funcionar em mocambique, alias esse erro cometemos com os com URSS e o leste no tempo de machel,

O nivel de educacao familiar na India, 'e muito superior que uma 12 classe de Mocambique, em Valores, e pelo meio ambiente envolvente, aqui nao se faz publicidade de alchol,

Mocambique tem particularidades, tem potencial, mas esta a perder o potencial, o grande problema mocambicano 'e educacao e ai valores humanitarios inclusos, depois 'e consumo excessivo do alchol, depois 'e ideologia xiconhoca, e como consequencia de tudo, sao fome e doencas que resultam em baixo nivel de esperanca de vida, e isso nao 'e com IT que resolves.