O término desta curta série.
As manifestações populares de 1/3 de Setembro têm sido amplamente descritas como violentas, como exercício do puro caos. O conjunto processual de fenómenos que, de forma interligada e invisível, pouco a pouco, foi gerando o fenómeno até este atingir o clímax, esse não é considerado violento, esse, afinal, não existe. Então, o que fica nas descrições e nas “análises” correntes é a atribuição aos manifestantes de uma natureza malévola, intrínseca e irresponsável - independente das relações sociais - , incapaz de compreender as coisas complexas e subtis da vida. Todo um trabalho de análise de conteúdo terá de ser feito tomando em conta os muitos textos e discursos que têm sido e continuam a ser produzidos.
(fim)
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