08 agosto 2016

Guerra e hermenêutica das valas comuns em Moçambique [23]

Número anterior aqui. Permaneço no sexto e último ponto do sumário [recorde-o aqui], a saber: 6. Sentido múltiplo, generalizações e economias, passando ao segundo campo de análise proposto aqui, a saber2. Atractivo dos temas e das fotos de choque. Escrevi no número anterior que após as notícias sobre a vala comum,  surgiram as notícias referentes aos corpos a céu aberto: aqui, fotógrafos exploraram a minúcia dos corpos, parte deles ainda com roupa. A questão central tinha a ver com o espectáculo, entalado entre a morte e a desmesura, o real e o suposto. Espectáculo meramente técnico, de mestria fotográfica, em si? Não, pois em alguns quadrantes da "consciência julgadora", procurou-se, directa ou indirectamente, dar a entender que os cadáveres eram obra do exército governamental. Quanto mais vivo o espectáculo das fotos de choque, maior a ênfase colocada no sentido da outorga de responsabilidades. Esta linha de imputação estava em sintonia com o tema dos refugiados moçambicanos no Malawi, que alguns círculos informativos consideraram fugidos às atrocidades cometidas pelo exército governamental.

Sem comentários: