20 dezembro 2011

Eleições 2011 e produção de futuro (12)

O décimo segundo número desta série. Prossigo no quarto ponto do sumário proposto, a saber:
4. Abstenção, fantasma de 1998 e presença dos ausentes. Escrevi no número anterior que para reflectir sobre a elevada abstenção registada nos três municípios em causa nesta série, iria considerar cinco factores, cuja validade pode e deve ser testada, a saber: o “factor Clastres”, o “factor trabalha e sobrevive”, o “factor não vale a pena”, o “factor promessas nao cumpridas” e o “factor Renamo”.
O “factor Clastres” quer dizer que a sociedade civil popular (perdoem a enorme ambiguidade da expressão) dispensa cada vez mais os partidos políticos e é-lhe indiferente que ganhe A ou B, tal como parece acontecer, por exemplo, no Bairro Sangravera em Quelimane. Este factor “forte”, eventualmente excessivo, é aproveitado da obra do falecido antropólogo francês Pierre Clastres (A sociedade contra o Estado, Investigações de antropologia política. Lisboa: Afrontamento, 1979).
(continua)
Adenda às 10:23: uma versão completa do texto desta série ocupa as centrais (pp 16/17) do semanário "Savana" de 16/12/2011, com o título "Eleições 2011: proposta de análise com incidência em Quelimane".

3 comentários:

Salvador Langa disse...

Os políticos estão-se "marimbando" na abstenção desde que ganhem.

TaCuba disse...

E não houve fraude por exemplo em Cuamba?!

BMatsombe disse...

Por aqui também há "sangraveras"...