27 setembro 2011

Série Tete em fotografia (44) - Chifunde (desflorestamento)

Prosseguindo esta série fotográfica sobre Tete, da autoria do jurista e ambientalista Carlos Serra Jr, agora com registos do desflorestamento em curso no distrito de Chifunde. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
(continua)

7 comentários:

Paulo disse...

Autêntico rebentar com árvores!

Salvador Langa disse...

Alguém controla os abates?

Xiluva/SARA disse...

Que horror!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Muna disse...

O Carlos Serra Jr. deve ter se sentido intrigado com esta realidade.

Zicomo

Anónimo disse...

> Caros, as árvores são seres vivos: nascem, crescem, reproduzem-se e morrem! como qualquer animal!

> Manda o bom senso que o Homem aproveite racionalmente este recurso, quer como material de construção, quer como combustível (lenha ou carvão) quer como mobiliário etc., etc.

> Para o fazer deve abatê-las antes de morrerem por "morte natural" e, para que o recurso se estenda às gerações seguintes, deve o Homem preocupar-se com a substituição: plantando mais do que abate!

> É preciso abater árvores para manter os terrenos em condições de podermos cultivar cereais, oleaginosas, etc.

> No caso da imagem, o abate pode pode ter sido para a lenha, carvão, construção de nova casa, etc., etc.

> Não podemos entrar em histeria sempre que vemos uma árvore cortada!

> Curiosamente, muitas das árvores de madeira nobre, reproduz-se com muita facilidade por estaca. Faltam acções de sensibilização e estímulo ao plantio de mais e mais MATAS (repovoamento florestal feito pelo Homem).

> Claro que os "take away chineses" e outros,devem ser exemplarmente punidos.

Carlos Serra disse...

Não é meu hábito responder a anónimos, mas abri uma excepção no caso vertente através desta observação do autor das fotos, presentemente em Angola: "No caso da aldeia que visitei, o corte está a ser feito indiscriminadamente, para abrir novos campos agrícolas, sem escolher as árvores e sem fazer o aproveitamento daquelas que possuem valor comercial. Autêntica política de terra queimada, sem nenhum conhecimento sobre a importância da floresta, e com cada vez menos conhecimento local (note-se, este conhecimento tende a desvanecer-se no tempo, as boas práticas costumeiras vão-se perdendo). Não há nenhum reflorestamento que compense a perda progressiva e rápida de cobertura florestal. Os mais antigos queixam-se de que já não chove como antigamente. Por que será?"

Anónimo disse...

Caro Professor,

> O caso que refere, cito:

... "No caso da aldeia que visitei, o corte está a ser feito indiscriminadamente, para abrir novos campos agrícolas, sem escolher as árvores e sem fazer o aproveitamento daquelas que possuem valor comercial... ..."

> Obviamente que no campo, quando a produtividade do solo se degrada, o camponês /nómada, faz a rotação de solos e, em regra, escolhe aqueles que, segundo o seu conhecimento prático, aparentam maior produtividade.
Assim, porque a mandioca, o milho, o ricino, o algodão, a mapira a batata doce, etc., precisam de luz para produzir, as árvores terão que ser abatidas.

> Obviamente que nesse abate deveria haver a preocupação do melhor aproveitamento económico da espécie a abater: isso nem sempre acontece por variadíssimas razões, das quais não é de desprezar o facto da mão de obra familiar nem sempre possibilitar que tal seja feito (a capacidade de produzir comida, carregar água, construir casa, etc., de uma família camponesa tem limites).

Em regra, o camponês começa por cortar um "anel" na casca do tronco das árvores que pretende eliminar no ano seguinte, porque dessa forma, a seiva deixa de circular a árvore seca e no ano seguinte é mais fácil de retirar, muitas vezes queimando os troncos, que ardem dias /semanas, seguidas.

> No meu entender, o abate de árvores para possibilitar a produção de comida, terá que continuar a acontecer enquanto não chegar aos camponeses apoio em tecnologia e insumos agrícolas, MAS, não é daí que vem o mal ao mundo: os prejuízos ambientais e económicos são insignificâncias ao lado (i) das ENORMIDADES que o Governo apadrinha e fecha os olhos quando concede Concessões Florestais, sem ter capacidade técnica e/ou ética para a sua fiscalização; (ii) o abate quase indiscriminado na periferia dos centros urbanos para obtenção de lenha e carvão, por serem receitas significativas para a sobrevivência de muitos agregados.

> Não podemos exigir a quem vive no limiar da sobrevivência o que se exige a quem vive na abundância.

> Faltam políticas realistas de apoio ao desenvolvimento rural; o camponês vai-se arrastando, sobrevivendo.