06 abril 2011

A produção do desconforto para conforto social (8)

Escrevi no número inaugural desta série que a produção de desconforto para que haja conveniência e conforto social é um dos mais interessantes campos da vida dos gostos em geral e da ruptura para com o corpo-em-si em particular.
Continuo a tentar partilhar convosco algumas ideias que requerem pesquisa e comprovação.
A sétima ideia é a seguinte: a moda é um conjunto comercial de rituais destinado a fazer do corpo um objecto transfigurado, socialmente desejado e imitável. Fazer desejar, produzir a mimese, é uma das suas funçõees primordiais. Transformar em desejo colectivo uma inovação individual, é outra. O corpo é reestruturado em permanência com a moda, é reinventado a cada momento, é produzido enquanto corpo reescrito, espécie de corpo onírico, arquétipico, de vertigem primordial sem fim. A reestruturação corporal opera a dois níveis: pela cobertura vestuária inovadora e pela alteração de partes do corpo. Prossigo mais tarde. Crédito da imagem aqui.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Mas que "moda" a desse cavalheiro!