21 abril 2011

Desmobilizados de guerra, mobilizados da história (13)

O décimo terceiro e último número desta série.
Escrevi no número inaugural que faz anos que jornais, blogues e redes sociais se povoam com os desmobilizados de guerra do nosso país.  Regra geral, o tema está cheio de pronunciamentos, de condenações, de ameaças, de promessas de manifestações, de cancelamentos à última da hora, de acordos prometidos, de quase acordos, de acordos supostamente desfeitos, de acordos denunciados, uma real história de amor e ódio, de fidelidade e pecado. Creio que o mais recente relato está aqui.
Em número anterior, escrevi também que a guerra foi como que democratizada, que a história tem novos actores reconhecidos, que os desmobilizados de guerra de ontem são os mobilizados da história de hoje. Porém - acrescentei - resta um problema: o dos heróis.
Termino esta questão dos heróis. A politização da alteridade, a diabolização do outro, são partes constituivas da forma como construímos a visibilidade de quem amamos ou odiamos, politicamente no caso vertente. O poli-heroísmo está definitivamente instalado no país e será sempre monitorado pela luta política. Se o homem é a medida de todas as coisas, a política é a medida de todos os heróis.
(fim)

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