"Segundo dados estatísticos coligidos, o país registou, no ano de 2016, em média, dois linchamentos por semana. Os números demonstram, infelizmente, que os linchamentos tornaram-se uma prática da realidade moçambicana [...]. [...] o linchamento é um problema social que não pode ser solucionado, primariamente, por acções repressivas, devendo dar-se primazia às acções de prevenção como a promoção de debates [...] - Informação Anual do Procurador-Geral da República à Assembleia da República [2017], pp. 37-38.
Confira o número anterior aqui. Finalizo a resposta à quinta pergunta. [amplie a imagem acima clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato]
Celso Ricardo: Nos seus livros “Linchamentos em Moçambique” I e II (respectivamente com os subtítulos “uma desordem que apela à ordem” e “okhwiri que apela à purificação”), aponta dois tipos de linchamentos: acusação de roubo/estupro e acusação de feitiçaria. Que fenómeno dita que os linchamentos por acusação de feitiçaria ocorram geralmente em regiões ao longo da costa e os por acusação de roubo/estupro acorram em algumas zonas do interior (Lichinga, Tete, Namacurra, Chimoio, Dondo, Maputo, Marracuene, etc)?
Eu: [término da resposta]: Esta tipologia (os três primeiros casos de linchamentos constam, por exemplo, da informação anual de 2010 da Procurador-Geral da República) mostra quão necessário é sabermos com que tipo de linchamento estamos a lidar. No concernente à sua questão, não tenho dados que me permitam responder-lhe. Pode acontecer que em certas áreas os linchamentos ocorram de forma secreta e portanto não sejam comunicados, penso por exemplo nos linchamentos por acusação de feitiçaria. Ou que, a esse nível, sejam considerados “naturais” e por isso não careçam de divulgação.
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