Chamo efeito corvo à estrutura de raciocínio que consiste em partir da constatação de que, por exemplo, dois corvos da Inhaca são negros, para induzir que todos os corvos da Inhaca são negros. Uma preposição implícita contamina as preposições explícitas do enunciador. Vejamos a formalização:
1. Até aqui os corvos que contei na Inhaca são negros
2. [É muito natural que todos os corvos da Inhaca tenham a mesma cor]
3. Os corvos da Inhaca têm a mesma cor
4. Todos os corvos da Inhaca são negros
Portanto, com este tipo de indução não provamos nada: limitamo-nos a voltar ao que teria de ser provado. Trata-se de um pensamento circular que filia a “prova” na confiança acordada à premissa 2 (hipotética e não consciente), pensamento estudado por Georg Simmel e referido por Raymond Boudon. [Adaptação pessoal de exemplos fornecidos por Boudon, Raymond, L’art de se persuader des idées douteuses, fragiles ou fausses. Paris: Essais/Fayard, 1990, p.114.]
2. [É muito natural que todos os corvos da Inhaca tenham a mesma cor]
3. Os corvos da Inhaca têm a mesma cor
4. Todos os corvos da Inhaca são negros
Portanto, com este tipo de indução não provamos nada: limitamo-nos a voltar ao que teria de ser provado. Trata-se de um pensamento circular que filia a “prova” na confiança acordada à premissa 2 (hipotética e não consciente), pensamento estudado por Georg Simmel e referido por Raymond Boudon. [Adaptação pessoal de exemplos fornecidos por Boudon, Raymond, L’art de se persuader des idées douteuses, fragiles ou fausses. Paris: Essais/Fayard, 1990, p.114.]
1 comentário:
Atenção, Moçambicanos !
Alimentem as vossas cabeças com o "Diário de um sociólogo".
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