O apelo à excepcionalidade do big man representa, quase sempre, o eclipse das instituições, a falta de confiança nelas. Representa, também, um enorme desejo de divindades. Em vários círculos é forte a convicção de que a vida do país depende exclusivamente do líder providencial, do líder capaz de realizar milagres sociais, da sua varinha mágica. É a sociedade pensada não como obra institucional, como percurso colectivo, mas como obra de um messias. É, finalmente, a recusa da democracia, a sua morte, é a troca da razão pelos sentidos, é a inteligência intimidada como diria Freud. É nesse contexto que circulam no país certas análises fast food, em jornais, rádio e televisão, a cargo de providencialistas com ar sério e sapiência chapa 100.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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