Existem múltiplas formas de politizar a recreação, a ludicidade, de colonizar o império dos sentidos, de entorpecer a nossa capacidade crítica, formas destinadas a produzir o consenso em permanência, a osmose de interesses privados e colectivos, formas que procuram colocar na penumbra as clivagens e as contradições sociais. Essas formas são hoje cada vez mais refinadas. O capitalismo produz as infra-estruturas desse múltiplo processo de entorpecimento, as elites políticas e seus intelectuais orgânicos apanham a boleia e dele fazem uso abundante.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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