Décimo quinto e último número da série. Sempre trabalhando com hipóteses, finalizo o quarto e último ponto do sumário proposto aqui, a saber: A guerrilha cibernética e midiática. Escrevi no número anterior que o ciberguerrilheiro esforça-se em mostrar que a Renamo está a dizimar o exército governamental e que quase todos os dias morrem dezenas de soldados e muitos outros ficam feridos. Esforça-se, igualmente, em legitimar os ataques levados a cabo pela guerrilha do exército privado da Renamo, considerados como sendo de "defesa do povo". Mas mais: os refugiados moçambicanos que se encontram no Malawi têm sido motivo para o ciberguerrilheiro da Renamo - multiplicado por múltiplas identidades falsas no facebook e em certos blogues -, fazer do exército governamental o lobo mau que mata, fere e queima os habitantes de Tete, ao contrário dos gerrilheiros militares da Renamo, que são pobres capuchinhos vermelhos, abnegados defensores do povo. Este tema tornou-se verdadeiramente o cavalo de batalha do cenário político moçambicano, emotivamente ampliado pelos blogues do tipo copia/cola/mexerica, por certas páginas do Facebook, por certos jornais digitais e, aqui e acolá, por certas agências noticiosas, servindo de altifalantes à ciberguerrilha da Renamo. Finalmente, a terminar esta série, permitam uma sugestão de leituras, com algum recuo na história, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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