06 setembro 2015

Nazismo tropical segundo Henri Lopes

"Nós, Africanos, temos heróis, sábios, mas também temos espíritos vis. Com a cumplicidade de certos dos nossos antepassados, o tráfico negreiro prosperou. Temos a responsabilidade desse tráfico, tanto quanto os traficantes. Temos nas nossas culturas atitudes de exclusão diante de quem possui tatuagens, línguas e costumes diferentes. Hoje ainda, em África, nos interrogamos como os que vivem do outro lado do rio ou num outro lado da montanha podem ser Hutu, Tutsi, Bakongo, Balula ou Batéké. Cegos pelos prejuízos, que bem podem merecer o nome de nazismo tropical [sic,CS], nós somos capazes, em certas circunstâncias, de nos lançarmos, machado na mão, sobre o vizinho e eliminá-lo, como se fôssemos feras à caça de presas pertencentes a uma espécie diferente." [Lopes, Henri, Mes trois identités, in Kandé, Sylvie, Discours sur le métissage, identités métisses, En quête d´Ariel. Paris: L´Harmattan, 1999, p. 138.]

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