Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Décimo sétimo número da série. Sempre com hipóteses, prossigo no quarto ponto sugerido aqui, a saber: 4. Desafios políticos do heteropensamento. Um país é tão mais livre quão mais os seus cidadãos podem exprimir os seus pensamentos sem medo. Mais profundamente, colocando muito alta a fasquia do óptimo: um país é tão mais livre quão mais os seus cidadãos podem exprimir os seus pensamentos sem necessidade de recurso à violência verbal ou física. A violência verbal ou física é, sempre, produto de nós de estrangulamento permanentes, historica e universalmente naturalizados, nas relações sociais. O nosso país herdou vários tipos de violência e de medo. Essa herança, hoje reactualizada através dos meandros castrenses, perturba o heteropensamento descomplexado e severiza os aparelhos repressivos do Estado, com múltiplas consequências para o Moçambique jovem que, em vários sectores, aprende a treinar-se, a vários níveis, na democracia liberal.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
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