24 julho 2013

O saber fazer de Salomão

Segundo o "O País": “Ao falar da formação, para além dos aspectos de qualidade, o facto é que, na preparação dos curricula, no processo de revisão dos curricula, é preciso prestar-se atenção a um elemento e factos fundamental: formar empreendedores. É preciso formar fazedores e não um homem que termina a sua formação superior e procura outrem a pedir emprego. Temos de ter escolas de empreendedorismo que tragam o saber fazer”, reiterou Tomaz Salomão, atirando a responsabilidade da mudança do actual paradigma à intervenção do Governo na adopção de novas políticas, que estimulem a preferência por ciências tecnológicas ao invés de sociais."
Observação: aqui está uma posição instrumentalista, uma posição a favor das coisas práticas que merece reflexão e debate, a posição de que o saber fazer tem especialmente a ver com o que Salomão chama ciências tecnológicas, tem a ver com fazedores, a posição, afinal, de que as ciências sociais não sabem fazer. O problema de Salomão e de outros consiste em ignorar que é muitas vezes nas ciências sociais que são produzidos problemas novos que permitem às ciências nomotéticas resolver problemas antigos e, por essa via, dar emprego aos empreendedores.

3 comentários:

nachingweya disse...

Pode ser que ele,Tomaz Salomao, Economista, não saiba fazer. Que seja preciso ser marceneiro para se saber fazer e fazer. Que só se seja empreendendor com uma caixa de engraxador às costas e não em Consultoria. (É assim que vemos o sucesso no Outro)
PS: Para melhorar a qualidade de Ensino acho que a Lei da Probidade Pública devia obrigar aos Membros do Concelho de Ministros e outros Servidores Seniores do Estado a manter os seus filhos no Ensino Público Nacional até ao nivel do 12ano.
Quem, estando em funções no Gabinete, desejasse manter o seu filho em escolas privadas ou no estrangeiro, devia antes renunciar ao seu cargo.

Salvador Langa disse...

Já esqueceram o que se passou na uem na década de setenta quando fecharam cursos de ciências sociais?

ricardo disse...

Interessante. Nos tempos de antanho, dizia-se, a Escola ensinava a fazer. E a Universidade a pensar...

Mas, com as novas abordagens que vemos por ai, que fazem eco no pensamento Salomonico, propoe-se uma inversao de papeis. E com que manual se ira criticar o discurso intelectual que dai nascera?

Oremos!