(...) o corpo e a sua sexualidade (exposta pelas calças das nossas cidades, as tchuna-babies) pertencem a uma ordem de coisas bem mais vasta: pertencem, digamos, à ordem da ordem. O controlo político será sempre, por hipótese uma vez mais, a tentativa de controlo da desordem que é suposta emergir e multiplicar-se perigorosamente pelo corpo e pela sua sexualidade armazenada. Os ritos de iniciação à maturidade são momentos de gestão política do corpo sexual e não é por acaso que são revestidos de secretismo e geridos pelos mais velhos, pelos guardiões da ordem (claro, hoje a exposição do corpo pode ser, em muitas partes do mundo, uma forma eficaz de controlo político, bem mais económica: permitir para melhor controlar).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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