17 julho 2013

O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (36)

"(...) a nossa preocupação no que se refere aos moçambicanos na África do Sul tem a ver com a extrema violência com eles tem sido tratados quando cometem crimes. Isto aconteceu agora, foi um caso excepcional, admitamos, mas também temos tido conhecimento de que os caçadores furtivos normalmente são mortos." - ministro Oldemiro Baloi
Trigésimo sexto número da série, com o objectivo de mostrar que à retaguarda do assassinato de um taxista moçambicano existem uma história, um sistema e um processo de estereotipagem. Termino o oitavo número do sumário proposto aqui, a saber: 8. A produção de estereótipos sobre a colónia braçal. Os Moçambicanos são, então, alvo desse complexo de pobre, complexo que leva pobres locais a descarregar nos pobres estrangeiros a sua raiva historicamente sedimentada. Esta raiva está acoplada a representações sociais negativas sobre os imigrantes em geral e sobre os Moçambicanos em particular, Moçambicanos que possuem uma tradição laboral na África do Sul de quase 200 anos. Permitam-me continuar mais tarde.
(continua)
Adenda: o vídeo a seguir contém imagens chocantes, aqui.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.
Adenda 4 às 00:51 de 22/03/2013: um trabalho no Sowetan (obrigado ao FL pelo envio da referência), com o título abaixo:

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Em outros países acontece o mesmo, quando as dificuldades apertam cinto os locais procuram responsáveis estrangeiros.