29 maio 2011

África enquanto produção cognitiva (27)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante.
Ora, uma das coisas que sucedeu e continua a suceder na África independente tem a ver com um neo-hegelianismo africanizado, de alguma maneira radicando na famosa frase de Léopold Senghor: a emoção é negra como a razão é helénica*. A coluna vertebral nesse neo-hegelianismo africanizado consiste em dotar de sinal positivo algumas posições que em Hegel tinham sinal negativo.
Prossigo mais tarde.
*Liberté 1, Négritude et humanisme. Paris: Éditions do Seuil, 1964, p. 102.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

O rei swazi terá lido Sengor?