20 janeiro 2011

África enquanto produção cognitiva (19)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante. Eis a continuidade das ideias do filósofo alemão:
Os sentimentos éticos são de uma "extrema debilidade" (sic) entre os negros. Ou, para melhor dizer, "não existem" (sic). A primeira relação ética, a da família, é para eles "absolutamente indiferente" (sic). Os homens vendem as suas mulheres, os pais vendem os filhos e vice-versa. A violência da escravidão faz desaparecer os laços do respeito moral. A poligamia entre os negros (no que concerne à identidade, Hegel alterna entre negros e africanos, CS) visa amiudadamente engendrar um grande número de filhos que possam ser vendidos como escravos.
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 282-283.
 (continua)

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