08 novembro 2010

Qualidade do ensino superior

Má qualidade do ensino superior em Moçambique: Graça Machel, João MoscaNarciso Matos citados pelo "O País", aqui e aqui.

2 comentários:

ricardo disse...

Meu Caros,

Ensino superior nao e uma ilha que subsista por si propria. O problema nunca foi o ensino superior. Mas a sua base (Ensino Primario), a que lhe da origem. Se a materia prima e ma, nao se pode pedir ao artesao que faca pecas de arte imemoriais.

Lei de Murphy.

No fundo, esta e a velha discussao de sempre. Desde os tempos do Magnifico Reitor Narciso Matos. Dos outros dois tambem citados, pouco sei com respeito a sua actuacao no Ensino Superior. Estando eu na UEM nunca ouvi falar deles, como agentes activos nas intensas discussoes academicas. Mas lembro-me perfeitamente de Graca Machel, quando "sugeriu" a LINK (forum de ONGs) cancelasse o patrocinio a AEU, por esta ter feito a greve de 1995. E a LINK cumpriu.

Foi a unica intervencao academica de vulto daquela cidada na UEM.

Considero quimerico, desejar que a academia reaja conforme os ditames do mercado. Esse e o maior erro que costumo ouvir por ai. Pois que, na verdade, as academias devem e dotar os seus estudantes de fundamentos solidos nas mais diversas areas da ciencia, para que os graduados possam caminhar por si. Em hipotese alguma sera possivel conceber que a academia funciona a mesma velocidade do mercado, que e dinamico. Em nenhuma parte do mundo.

Olhemos para as grandes universidades do mundo. MIT, Harvard, West Point, ETH Zurich, Cambridge, Oxford, UCLondon. Sao todas conservadoras. Olhemos para os curricula. Cade Bologna? E porque nao la esta, se e bom?!

O resto, e como em qualquer parte do mundo, uma questao de vocacao. Que importa se de 100 passarem apenas 10, mas que tenham emprego em qualquer parte do mundo? A UEM ja foi assim. Agora ja nao e. Ficou boa nas estatisticas. Mas baixou na qualidade.

Ha evidencias que mostram que a UEM ja forjou ( e produz) pessoas talentosas. Cito de memoria, algumas, e estarei a ser injusto, o Marcos Joao da Agronomia, O Chacaleao da Matematica, o Muchanga do INCM, a Esselina do Banco de Mocambique, o Massingue do MCT. O Ackyamungo da CNE. O Sande da AICIMO, e a lista nao acaba por ai.

Em contrapartida, ficaram muitos pelo caminho. E a vida.

That's It...

Abdul Karim disse...

Concordo com Ricardo, que a reestruturacao da educacao, deve ser de base,antes.

E valores devem ser tambem trabalhados na base, a primaria, primeiro, e depois vamos subindo gradualmente.

caso contratrio, continuaremos a ter os mesmos problemas,

Nao acredito numa universidade que funciona em funcao ao mercado apenas,

Em relacao ao mercado, acredito que o mercado cria-se em funcao ao conhecimento e politicas do governo em funcao ao sistema ideal que se pretende, nao 'e so procura e oferta, uma vez que procura e oferta 'e condicao de base para uma economia de mercado onde a concorrencia 'e tambem um fundamento.

Tanto mais que se nao se mudar o "modus operandi" do nosso mercado, que 'e minusculo e monopolista, altamente politizado para opurtunidades, jamais teremos capacidade de absorver graduados, visto a o factor determinante nao 'e competencia, mas sim criterios em funcao a ligacoes e preferencias partidarias.

Se nao aumenta a oferta, o preco sobe, e nessa base a vida esta cara em Mocambique, pois nao se permite abrir espaco para crecimento sem estar ligado ao partido no poder, como resultado nao existe concorrencia, 'e tudo monopolista, e cidacao 'e obrigado a pagar, nao ha competividade porque os politicos 'e que sao empresarios, e nao tem formacao em etica empresarial, e nem boa formacao de base, que os impede de compreenderem os seus proprios problemas.

Isto que estou a dizer, 'e cnhecimento impirico, que em Mocambique nao se toma em consideracao,

A gente convence o Mundo, mas nao consegue convencer os "ilustres" do "paradoxo".