11 novembro 2010

A "cultura do trabalho" no prisma colonial

Agora que anda pelo país a ideia avassaladora da cultura do trabalho, importa recordar que não são poucos os textos coloniais desde António Enes (a periodização poderia ir bem mais para trás) defendendo que o problema dos indígenas era o de não gostarem de trabalhar, que o problema dos indígenas era o de serem atavicamente preguiçosos, que o problema fundamental em política colonial consistia em ensinar os indígenas a trabalhar para o desenvolvimento.
Como um dia escreveu Karl Marx, "a tradição de todas as gerações mortas pesa fortemente no cérebro dos vivos."

2 comentários:

Abdul Karim disse...

"a tradição de todas as gerações mortas pesa fortemente no cérebro dos vivos."- Marx

Eh, eh, eh...

O Marx falhou pah...

...pressupos que todos vivos tem cerebro... eh., eh, eh,... nao contou com os que so tem cimento na cabeca....

...E o "pelintrao" nao tinha sido descoberto ainda,

eh, eh, eh..

Tomás Queface disse...

Concerteza que esta ideia de António Eneas foi mais um pretexto para manter a colonização. Todo aquele que se depara com dificuldades financeiras para custear a alimentação e outras despezas, vê no trabalho a solução para os seus problemas. Com isso justifica-se a demanda de jovens e mulheres particularmente na baixa da cidade, mercado do xiquelene e outros pontos praticando o comércio informal. Realmente poucos gostam de trabalhar, mas o mesmo é indispensável para as nossas vidas.