18 dezembro 2016

Sem quê nem porquê

Nesta cidade de Maputo alguém decide abrir uma parte do passeio de uma rua para fazer não sei o quê com a tubagem interior. Depois leva tempo até que procure repor (o que invariavelmente faz mal) o que abriu. Passado algum tempo aparece novo alguém afanado que parte o cimento mal reposto e procura fazer não sei o quê na tubagem interior. E etc. Esta fome bulímica e esventradora sem fim já atingiu a marginal, onde alguém decidiu abrir em certas áreas parte dos passeios e do eixo central recentemente construídos para procurar, repor ou meter não sei o quê. E assim vamos vivendo nesta cidade de passeios esburacados e recompostos sem paragem - com o desgraçado ar de palimpsestos tortuosos -, cada qual aplicando a lei caciqueira e todos nós normalizando o anormal sem quê nem porquê. 

1 comentário:

nachingweya disse...

Falta de autoridades locals efectivas.