Quinto número da série. Entro no segundo ponto do sumário proposto aqui, a saber: 2.Semiologia dos cultos políticos de personalidade. O culto político de personalidade tem uma característica simples: é tributário da humanização terrena dos deuses. Os deuses, distantes e soberanos, são adaptados às necessidades humanas e tornam-se humanos. São sobretudo reinventados do ponto de vista político, destituídos das mazelas do comportamento humano em geral e erigidos em heróis vivos, puros, heróis adaptados à actualidade. Em plena era das democracias liberais, os partidos políticos depositam nos seus chefes poderes demiúrgicos especiais. Com a roupa gregária e global das democracias liberais, os soberanos, aureolados de extraordinários mitos fundadores fielmente produzidos e geridos pelos seus porta-vozes, adeptos e militantes, governam primeiro os partidos, depois, em caso de vitória eleitoral, as nações. Afinal, em cada ser humano parece habitar a apetência de um deus permanente e funcional.
Se não se importam, prosseguirei mais tarde.
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