06 março 2012

Patrão é patrão: síndrome do aguilhão (5)

Prossigo a série, sempre trabalhando com hipóteses.
Disse-vos no número anterior que a independência trouxe novas palavras, palavras como camaradacamarada chefe, cujo estudo está ainda por fazer. Essas palavras veiculavam uma espécie de intenção homogeneidora, uma espécie de vertigem igualitária. No decorrer de uma viagem à Zambézia em 1982, lembro-me de ter estudado um documento pós-colonial enviado por um administrador distrital a um outro no qual observava que seguiam marcha camaradas diversos entre os quais camaradas prostitutas e camaradas desempregados.
Com a vossa permissão, prossigo mais tarde. Imagem reproduzida com a devida vénia daqui.
(continua)

3 comentários:

Salvador Langa disse...

Ainda hoje há coisas dessas aqui e acolá, mas pouco, os tempos são muito outros.

TaCuba disse...

Curto mas belo retrato!!!

Marta disse...

Saboroso documento esse...