02 março 2012

Patrão é patrão: síndrome do aguilhão (2)

Prossigo esta nova série.
Estamos perante um palavra de história muito antiga, de arqueologia vasta, palavra que tem uma origem colonial clara, mais especificamente uma origem laboral, origem nas plantações, nas vias férreas, nas cidades, nas casas colonas, por exemplo. Essa origem remete para a assumpção diária de um poder absoluto, inexorável, na ponta de uma farda, de uma baioneta, de um xamboco, de um berro, de uma tradição naturalizada de obediência, o poder do patrão, o poder intemporal do patrão, o poder de poder num mundo disciplinar, carceral, panóptico, onde mandar, onde impôr não deve discutir-se, mas aceitar-se em absoluto.
Falo de um poder que tem ainda duas características: é masculino e angliciza-se nas zonas de fronteira.
Com a vossa permissão, prossigo mais tarde. Imagem reproduzida com a devida vénia daqui.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Alta série. Não vai esquecer Inhambane?