18 dezembro 2011

Eleições 2011 e produção de futuro (10)

O décimo número da série. Termino o terceiro ponto do sumário proposto, a saber:
3. Espectáculo, teatrocracia eleitoral e bicicletismo. Por hipótese, Manuel de Araújo foi mais pessoal do que Lourenço Abubacar em Quelimane, Araújo foi menos MDM do que Abubacar foi Frelimo. A sua origem humilde, a gestão do espectáculo dia-a-dia e da empatia populares, a personalização da candidatura, o uso do Ecwabo e o recurso a uma linguagem e a slogans à Obama, podem ser factores que concorreram para a sua vitória (voltarei a este ponto mais à frente). Um filho da terra pobre compreende melhor os problemas dos pobres, chegou a altura de mudar – creio que Araújo tentou fazer passar essa mensagem. Um edil jovem que, afinal, sem bancada, terá agora de enfrentar três grandes obstáculos: a bancada da Frelimo, a bancada da Renamo (ambas da Assembleia Municipal) e os munícipes. Duas bancadas potencialmente hostis ao representante do MDM e os munícipes à espera que o futuro seja mais digno. Um potencial triângulo das Bermudas.
Entretanto, há um fenómeno importante a registar: a elevada abstenção. Como interpretá-la?
(continua)

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Vida difícil vai ter o Araújo, precisa paciência de santo e diálogo. Esperando agora o tema da abstenção. Estará o pessoal farto de promessas eleitorais?

TaCuba disse...

Tal Quelimane tal Beira...