17 junho 2011

Sobre ritos de iniciação feminina à maturidade em Moçambique (11)

Desinstalemos os mitos (Sebastião Alba)
O décimo primeiro número desta série, suscitada por textos aqui e aqui.
Prossigo no quarto ponto do sumário que vos propus, intitulado Ritos de iniciação na Zambéza: nluga e muáli.
Em Junho os iniciantes à oceteliua (iniciação/otxetheliwa) são escolhidos pelos chefes linhageiros e pelos anciãos. São igualmente escolhidos os mestres iniciáticos (anamugo) e os padrinhos (amole) e seus ajudantes (alumbi). Onde tem lugar o Nluga? Tem lugar num determinado local da floresta, os iniciantes não podem aproximar-se das pessoas de outro sexo ainda impúberes e não circuncidadas, o segredo é de regra. A floresta é ao mesmo tempo símbolo de vida e de morte, é lá onde nascerá o novo homem civil e é lá onde será enterrado após morrer. O local iniciático possui um barracão de palha e adobe, perto de um curso de água, a água joga um papel multidimensional, por exemplo no que concerne aos inúmeros banhos rituais. O barracão tem duas divisões: numa dormem os padrinho, os oficiantess e os parentes que assistem os iniciantes; no segundo, dormem os iniciantes.
A instrução (olaga) comporta vários momentos e vai bem para além da circuncisão e da aprendizagem sexual em si.
Prossigo mais tarde.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Ora aqui está aprendendo cultura da Zambézia com o Professor e do Niassa com o Sr Katawala.