"Enquanto existirem pessoas que não têm comida, gente que não tem saúde, gente que não tem educação, a estabilidade vai faltar" [Filipe Nyusi]
[...] enquanto continuar o povo sem água, sem energia, sem escolas suficientes, sem hospitais, sem saúde, ainda não teremos cumprido a missão pela qual os nossos heróis tombaram como dos que também estão vivos, em todo o país." - Presidente da República, Filipe Nyusi, falando ontem por ocasião do Dia dos Heróis Moçambicanos, confira aqui.
Adenda: recuemos agora no tempo, recordando a maneira como Eduardo Mondlane colocou e antecipou a questão do Estado redistribuidor em busca de legitimidade política. Nos anos 64/66, os dois primeiros da luta armada de libertação nacional, a Frelimo enfrentou o seguinte problema, narrado por Mondlane:
“O vazio deixado pela destruição da situação colonial pôs um problema prático que nunca tinha sido considerado pelos chefes: o desaparecimento duma série de serviços inerentes à dominação portuguesa, especialmente serviços comerciais, enquanto o povo continuava a existir e a necessitar deles. A incapacidade da administração colonial deixava também muitas necessidades insatisfeitas, que continuavam a ser fortemente sentidas pelas populações. Assim, desde as primeiras vitórias de guerra, recaíam sobre a FRELIMO muitas e variadas responsabilidades administrativas. Uma população de 800 000 habitantes tinha de ser servida. Primeiro e acima de tudo, havia que satisfazer as suas necessidades materiais, assegurar abastecimentos alimentares, e outros artigos, como vestuário, sabão e fósforos; serviços de saúde e educação, sistemas administrativos e judiciais. [Durante algum tempo, o problema foi agudo. Não estávamos preparados para o trabalho que tínhamos pela frente, e faltava-nos experiência na maioria dos campos em que necessitávamos dela. Nalgumas áreas, as carências eram muito sérias; e onde os camponeses não compreendiam as razões, retiravam o seu apoio à luta e, nalguns casos, partiam mesmo definitivamente.” [Mondlane, Eduardo, Lutar por Moçambique. Lisboa: Sá da Costa, 1977, 3a ed., p.185]
[...] enquanto continuar o povo sem água, sem energia, sem escolas suficientes, sem hospitais, sem saúde, ainda não teremos cumprido a missão pela qual os nossos heróis tombaram como dos que também estão vivos, em todo o país." - Presidente da República, Filipe Nyusi, falando ontem por ocasião do Dia dos Heróis Moçambicanos, confira aqui.
Adenda: recuemos agora no tempo, recordando a maneira como Eduardo Mondlane colocou e antecipou a questão do Estado redistribuidor em busca de legitimidade política. Nos anos 64/66, os dois primeiros da luta armada de libertação nacional, a Frelimo enfrentou o seguinte problema, narrado por Mondlane:
“O vazio deixado pela destruição da situação colonial pôs um problema prático que nunca tinha sido considerado pelos chefes: o desaparecimento duma série de serviços inerentes à dominação portuguesa, especialmente serviços comerciais, enquanto o povo continuava a existir e a necessitar deles. A incapacidade da administração colonial deixava também muitas necessidades insatisfeitas, que continuavam a ser fortemente sentidas pelas populações. Assim, desde as primeiras vitórias de guerra, recaíam sobre a FRELIMO muitas e variadas responsabilidades administrativas. Uma população de 800 000 habitantes tinha de ser servida. Primeiro e acima de tudo, havia que satisfazer as suas necessidades materiais, assegurar abastecimentos alimentares, e outros artigos, como vestuário, sabão e fósforos; serviços de saúde e educação, sistemas administrativos e judiciais. [Durante algum tempo, o problema foi agudo. Não estávamos preparados para o trabalho que tínhamos pela frente, e faltava-nos experiência na maioria dos campos em que necessitávamos dela. Nalgumas áreas, as carências eram muito sérias; e onde os camponeses não compreendiam as razões, retiravam o seu apoio à luta e, nalguns casos, partiam mesmo definitivamente.” [Mondlane, Eduardo, Lutar por Moçambique. Lisboa: Sá da Costa, 1977, 3a ed., p.185]
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