Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
31 outubro 2015
Moçambique pede ajuda de emergência ao FMI
Adenda às 6:01: o FMI reviu em baixa o crescimento do país, aqui.
Adenda 2 às 6:04: a posição do Presidente da República, Eng.º Filipe Nyusi, em duas versões, aqui e aqui.
Adenda 3 às 6:25: leia o boletim económico do Standard Bank de Setembro, aqui.
Adenda 4 às 6:47: sobre a dívida pública moçambicana, confira aqui.
"À hora do fecho" no "Savana"
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30 outubro 2015
Atenção aos boatos
O que é intolerância religiosa?
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Xenofobia e shangaanfobia: história e estereótipos na África do Sul e em Moçambique [30]
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Trigésimo número da série. Entro no oitavo e último ponto do sumário proposto aqui, a saber: 8. O imperativo regional de um Estado social. A começar, algumas generalidades. O Estado social, eixo da social-democracia, foi uma resposta do Capital e das burguesias governantes às lutas dos trabalhadores. Aceitando implicitamente que a pobreza era um estado social e não natural, essa resposta assentou numa redistribuição social moderada, assente em três eixos: renda mínima, providências para a doença e a velhice e serviços sociais básicos permanentes. Esse conjunto de medidas visava assegurar a reprodução do modo capitalista de produção, reduzindo o questionamento e o conflito sociais.
Fungulamaso com o salto do dólar!
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Nota: fungulamaso=está atento=abre o olho. Agradeço ao RC o envio da referência da notícia.
Adenda às 06:45: leia o que o Presidente da República disse ontem, aqui.
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29 outubro 2015
Em queda liberdade de acesso à internet
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Ponto de situação da coleção "Cadernos de Ciências Sociais"
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2. Recordo-vos a equipa do tema "O que é colonialismo?": Rosa Perez e Miguel Pombo de Portugal e Heloisa Gomes e Jorge Márcio de Andrade do Brasil.
3. Entreguei na semana passada à editora as correções finais dos números intitulados "O que é sociologia?" (autoria de Paulo de Carvalho de Angola, Vicente Paulino de Timor-Leste e Ricardo Arruda do Brasil) e "Qual o papel da imagem na história?" (autoria de João Spacca do Brasil, Rui Assubuji de Moçambique, Osvaldo Macedo de Sousa de Portugal e Lailson de Holanda Cavalcanti do Brasil).
4. Entrego amanhã, dia 30, à editora, às 08 horas locais, o 18º. número da coleção intitulado "O que é intolerância religiosa?", com autoria de Fátima Viegas de Angola, Patrícia Jerónimo de Portugal e, do Brasil, Antonio Ozaí da Silva e Danny Zahreddine.
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Tiroteio ontem na Morrumbala segundo o DZ
Adenda às 07:08: como podereis verificar a pouco e pouco, o que se terá passado em Morrumbala dará campo para, em certos jornais, em certos blogues do copia-cola-mexerica e em certas páginas das redes sociais, surgirem versões cheias de desmesura e dramatismo, de bons e de maus, de puros e de impuros, de santos e de vilões.
28 outubro 2015
27 outubro 2015
Duas posições
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Desmond Tutu, o homem que faz rir Deus
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26 outubro 2015
Mulheres de Mavissanga: 70 quilómetros para ter água
A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [28]
Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Na verdade, foi ele quem, melhor do que ninguém, enunciou no país os termos da troca política, da justiça social e, afinal, da democracia real: os cidadãos só participam num projecto político se o Estado for um parceiro redistribuidor. É por essa via que se adquire legitimidade, é por aí que verdadeiramente toma corpo a direcção política. Na verdade, a Frelimo enfrentou nos anos 64/66, os dois primeiros da luta armada, o seguinte problema, narrado por Mondlane:
“O vazio deixado pela destruição da situação colonial pôs um problema prático que nunca tinha sido considerado pelos chefes: o desaparecimento duma série de serviços inerentes à dominação portuguesa, especialmente serviços comerciais, enquanto o povo continuava a existir e a necessitar deles. A incapacidade da administração colonial deixava também muitas necessidades insatisfeitas, que continuavam a ser fortemente sentidas pelas populações. Assim, desde as primeiras vitórias de guerra, recaíam sobre a FRELIMO muitas e variadas responsabilidades administrativas. Uma população de 800 000 habitantes tinha de ser servida. Primeiro e acima de tudo, havia que satisfazer as suas necessidades materiais, assegurar abastecimentos alimentares, e outros artigos, como vestuário, sabão e fósforos; serviços de saúde e educação, sistemas administrativos e judiciais. [Durante algum tempo, o problema foi agudo. Não estávamos preparados para o trabalho que tínhamos pela frente, e faltava-nos experiência na maioria dos campos em que necessitávamos dela. Nalgumas áreas, as carências eram muito sérias; e onde os camponeses não compreendiam as razões, retiravam o seu apoio à luta e, nalguns casos, partiam mesmo definitivamente.” [Mondlane, Eduardo, Lutar por Moçambique. Lisboa: Sá da Costa, 1977, 3a ed., p.185]
No "Savana" 1137 de 23/10/2015, p.19
25 outubro 2015
Proposta de orçamento 2016
Negócios em Moçambique
Cabeçalhos das seis mais recentes notícias do mundo de negócios em Moçambique a conferir aqui. Amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Chupa-sangue em Nampula [11]
[História e anatomia da crença no chupa-sangue com base num texto divulgado em 1997 no meu livro Combates pela mentalidade sociológica. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane, Livraria Universitária, pp. 68-71.]
24 outubro 2015
Chupa-sangue em Nampula [10]
«Para quem vive nas povoações é fácil descobrir a grande criação do mal: fome, sede, falta total de possibilidades e meios para o desenvolvimento humano e social; doenças, medos, vinganças, desuniões, opressões em toda a escala da criação: campo, animais, famílias...»
[História e anatomia da crença no chupa-sangue com base num texto divulgado em 1997 no meu livro Combates pela mentalidade sociológica. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane, Livraria Universitária, pp. 68-71.]
Adenda: no semanário "Savana" com data de ontem [amplie a imagem abaixo clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato]:
A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [27]
Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Aí habita o risco das acções-aspirina. Nas palavras de Paulo Freire, são aquelas acções “cujo pressuposto fundamental é a ilusão de que é possível transformar o coração dos homens e das mulheres deixando intactas as estruturas sociais dentro das quais o coração não pode ter "saúde".
"À hora do fecho" no "Savana"
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23 outubro 2015
Chupa-sangue em Nampula [9]
Na verdade, quando surge uma crise social faz-se fé em que ela é provocada por aqueles que se distinguem do comum das pessoas, pelos ricos ou pelos forasteiros, por todos aqueles que, de alguma maneira, expressam a diferença, a inovação ou o desacordo. Estas são as categorias de pessoas potencialmente portadoras de okwiri, cada uma delas é suposta ser um mukwiri (na terminologia cristã, ±= demónio ou seu portador), cada uma delas é suposta ser capaz de utilizar ratos, jibóias e outros animais para, à noite, por exemplo, roubar os celeiros dos outros.
[História e anatomia da crença no chupa-sangue com base num texto divulgado em 1997 no meu livro Combates pela mentalidade sociológica. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane, Livraria Universitária, pp. 68-71.]
Adenda: no "Wamphula Fax" [editado em Nampula] de hoje [amplie as imagens abaixo clicando sobre elas com o lado esquerdo do rato]:
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