De um texto do sociólogo português João Paulo Valente Aguiar: "[...] a ofensiva ideológica neoliberal tem procurado esvaziar universidades, centros académicos, publicações, etc. de qualquer tipo de reflexão que não se balize nos seus princípios. Neste capítulo, o marxismo – salvo pequenos núcleos de pesquisa em alguns países – tem sido literalmente expulso das universidades. Para as várias cambiantes do pensamento neoliberal, o marxismo não passaria de uma velharia, uma teoria congelada no tempo incapaz de pensar a dinâmica do presente. Esta justificação ideológica surge com o intuito de expurgar a reflexão crítica de espaços que no passado foram produtores de conhecimento científico robusto tanto ao nível da interpretação da realidade como na interrogação dos pressupostos do capitalismo."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Aqui na terrinha também temos os papagaios neoliberais.
O que realmente leva os indivíduos a acreditar no neoliberalismo não é nenhum argumento intelectual. A maioria das pessoas acredita porque, em circunstâncias adversas - como a ameaça de desemprego – recaem sobre elas doses maciças de doutrinação. Os sacerdotes do neoliberalismo repetem, até à exaustão, a inevitabilidade e a ausência de alternativa ao modelo neoliberal. Esta ideologização pretende atingir, em primeiro lugar, os sectores mais fragilizados da sociedade.
Quanto mais intensa a propaganda neoliberal e quanto mais profunda a crença dogmática, tanto maior o retrocesso social.
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