Trigésimo número da série, início da resposta à décima quinta questão:
Carlos Serra: Certas correntes sustentam que o comunismo é inimigo da liberdade. Qual a vossa posição?
Régio Conrado: É preciso primeiro dizer que as pessoas são produto das suas culturas quer do ponto antropológico, quer do ponto de vista sociológico. Isto quer dizer que a forma como nós pensamos é muitas vezes consequência das dinâmicas educacionais que tivemos ou que nos são inculcadas. Obviamente que se "pararmos" e pensarmos na facticidade humana enquanto ser-no-mundo e ser-que-se-irrompe, veremos que é condicionado na sua forma de "ruminar" e construir as representações sobre o mundo (a resposta prossegue no próximo número, CS).
Carlos Serra: Certas correntes sustentam que o comunismo é inimigo da liberdade. Qual a vossa posição?
Régio Conrado: É preciso primeiro dizer que as pessoas são produto das suas culturas quer do ponto antropológico, quer do ponto de vista sociológico. Isto quer dizer que a forma como nós pensamos é muitas vezes consequência das dinâmicas educacionais que tivemos ou que nos são inculcadas. Obviamente que se "pararmos" e pensarmos na facticidade humana enquanto ser-no-mundo e ser-que-se-irrompe, veremos que é condicionado na sua forma de "ruminar" e construir as representações sobre o mundo (a resposta prossegue no próximo número, CS).
(continua)
4 comentários:
Quer dizer que os nossos pensamentos já nos chegam pensados por outros...
Muitas vezes sim pois que o Homem, apesar da dimensão biológica ter a sua importância, a cultura é o primeiro banho que tomamos e isso tem implicações na forma como pensamos. Esse banho da cultura que tomamos tem um que de autoritarismo e nesse processo de socialização primaria que recebemos as verdades que se pretendem eternas. Isso para dizer que muito do que pensamos, a nossa forma de representar o real, de pensar é produto das circunstancias em que nos encontramos. Tenho ainda a dizer que durante a releitura que fiz das obras de Platao, Menon e a Republica, respectivamente fui aprofundar sobre o mito da caverna, que é um mito, na minha opinião muito revolucionário para demonstrar que muitas vezes nos vivemos sob as sombras, as ilusões, que porque nos habituamos a elas pensamos que são reais. Se levar em conta as propostas de leitura da personalidade de Sócrates feitas por Guthrie poderá ver que muito do que pensamos não é independente, não é propriamente decisão interior, aquelas decisões pensamentais que foram paridas Bergson, Husserl, Stiner, Babeuf, Easton, Chaui, Macamo, Castiano, Mbembe, Mbokolo, Monga, etc, mas precisamos desenvolver esforços para nos emanciparmos da nossa menoridade para a maioridade. Isso leva o seu tempo, é só ver como é o sociólogo Carlos Serra e o filosofo Severino Ngoenha tem feito as suas analises, mostram que a maturidade no pensamento, para nos libertarmos dos pensamentos-deuses, pensamentos-verdade é preciso tempo e um trabalho árduo. Lhe sugiro a leitura de Nicolas Abbangano " Historia da Filosofia" volume 1 e2 onde poderá encontrar algumas propostas para aprofundar a questão que me coloca. Em verdade lhe digo que muito do pensamos ser nosso não é muitas independente das manipulações e inculcacoes que sofremos na sociedade. Então, temos a tarefa de nos libertarmos, é doloroso pois implica entrega trabalho abnegado mas de continuar a nos libertarmos.
Jovem que faz pensar...
Sr. Regio Conrado, seja objectivo e fale aquilo que as MASSAS esperam ouvir de quem estudou mais do que elas. Por isso, responda claramente a questao:"Certas correntes sustentam que o comunismo é inimigo da liberdade. Qual a vossa posição?"
E se puder, de alguns exemplos do mundo actual ou do passado.
Nao e apreciavel, ainda que alguns academicos o gostem de fazer com frequencia, o recurso sistematico a referencias, citacoes e rodriguinhos cabalisticos para se responder a algo tao obvio como a LIBERDADE. Quem nao consegue compreende isso, torna-se um elitista mesmo nao o dizendo e qualifica-se tambem no descrito por Erasmo de Roterdao.
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