Na Avenida Friedrich Engels, cidade de Maputo, os espaldares dos bancos na chamada zona do Miradouro estão a desaparecer, visivelmente arrancados e roubados. Em alguns casos os suportes em cimento estão rachados.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
É a cidade de ninguém.
Sem pretender despenalizar o roubo ou a sabotagem deste bem comum, penso que os municípios de Maputo e Matola estão a crescer um ritmo superior à capacidade de gestão dos seus centros de comando. É altura de se pensar mais consistentemente na descentralização partindo dos já concebidos distritos urbanos dotando-os de capacidade humana, estrutural e orçamental. O que muitas vezes prejudica a manutênção predictiva de infra estruturas é a falta de foco.
Urge também redifinir o papel das polícias sobretudo a de protecção e a municipal. Ao que parece estão todas viradas para o transito de veículos motorizados trabalhando muitos mais de dia do que de noite, que é quando se intensifica a actuação de malfeitores.
É também anedótica a actuação da polícia municipal em relação aos vendedores que instalam nas ruas mercados ilegais. Acontece que uma vez e outra aparecem de rompante, dispersam as pessoas, arrebanham os mais incautos e desaparecem. Meia hora depois o mercado reinstala-se, tudo volta ao que era.Não tem esta polícia autoridade para selar os locais onde não é permitido o exercicío de uma determinada actividade? Não é mais sustentável colocar um posto fixo temporário nesses locais para desmotivar tentativas e hábitos e poupar-se o combustível que gastam nessas patéticas perseguições? E, nestes casos, porque razão a polícia de protecção não colabora com a municipal no banimento desses acampamentos mercantis? Diminuir os focos de atentado à saúde pública não é um acto de protecção civil?
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