10 novembro 2011

A diabólica mão externa

Em entrevista ao “Magazine Independente” de 09/11/2011, o ex-reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), padre Filipe Couto, afirmou que a decisão da UEM em abandonar o modelo curricular de Bolonha introduzido no seu reinado tem a ver com “certos desejos externos” (pp.4-5). Por outras palavras, a direcçcão da UEM não tem vida própria. Por outro lado, segundo o “Canal de Moçambique”, a vice-ministra para a Coordenação da Acção Ambiental, Ana Chichava, acusou as organizações da sociedade civil que se opuseram à emissão directa de fumos da Mozal de servirem “agendas externas”. Por outras palavras, as organizações acusadas não têm vida própria. A nossa história está cheia de casos deste tipo de imputação “causal” cómoda, do recurso à diabólica mão externa, como regularmente tenho mostrado neste diário.

5 comentários:

Salvador Langa disse...

Ora aqui está, o problema incomoda logo arranja-se um bode expiatório.

TaCuba disse...

Também se escreveu o mesmo dos desmobilizados de guerra.

ricardo disse...

Se nao fosse o habito que os nossos quadros tem de receber "ordens" do exterior, este tipo de comentario simplesmente nao existiria. Ha muito imitadores por ai. E verdade. Mas nem todas as imitacoes sao as mesmas imitacoes. E muito menos, externas imitacoes...

Anónimo disse...

Quando os dirigentes não tem argumentos recorrem a mão externa.

Anónimo disse...

Ainda me admira o facto de estas medidas que têm implicações para muita gente, para os que estao a ser formados e para os que esperam por estes formados, que têm implicações financeiras importantes serem tomadas sem estudos prévios... Isto me parece mais grave quando as coisas são feitas em Universidades. Isso sim, nao dá para perceber... Mas aqui tudo é possivel...
Manuel