17 setembro 2010

Não são os preços que são altos, são os salários que são baixos

Stephan Schafer, consultor da Companhia Industrial da Matola: "(...) a política de subsídios pode gerar falsas expectativas ao povo, sobretudo, porque (...) o grande problema do momento não são os preços que são altos, mas os salários que são baixos. (...) Na minha opinião o Estado não devia meter a mão nas empresas, mas preocupar-se em aprovar leis que lavassem ao aumuero com isto dizer que com o salário mínimo de 2 500 meticais não se pode fazer nada nem aqui em Moçambique nem em nenhuma parte do mundo. É preciso ter a noção de que os preços em Moçambique acompanham a realidade internacional, portanto, não podemos nos tornar uma ilha em que temos preços baixos quando o mundo tem preços altos”, sento, por exemplo, do salário mínimo para um nível razoável que pode ser de 4 500 ou 5 mil meticais. (....) também necessário, por exemplo, baixar o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) para 14 ou 15 porcento, o que mostraria, claramente que o Governo tem instrumentos próprios que pode mexer com toda a autonomia deixando a economia numa situação de contínuo crescimento."
Pergunta: o que acham os leitores? O que acham, em particular, os economistas? Por exemplo, Eugénio Chimbutane? Prof. Dipac Jaiantila?

22 comentários:

Abdul Karim disse...

Eu fico algumas duvidas,

Concordo com o aumento do salario, mas se contrinuar-se a criar monopolios e a trofiar as PME"s entao tens descalabro,

Como se vai pagar 5.000mt a um trabalhador, se as empresas que nao tem ligacoes ao partido no poder ja estao atrofiadas, vais ter uma tsunami, a continuar a mandar ispeccoes pra ver se todos os pequenos pagam, e a passar multas, enquanto ele desenrasca o fim de semana dela no INSS.

So vao conseguir pagar esses salarios aquelas empresas que tem isencoes, e estao ligadas ao partido e mais ninguem,

Portanto nao 'e so uma questao de subir os salarios em 100%, e descer o IVA em 3% que tudo vai funcionar,

O problema esta no monopolio do partido no poder, e nas isencoes concedidas, e se o monopolio mantem-se e como sempre os que nao fazem parte do sistema monopolista, vao falir. ja estao a falir.

Agrava-se os custos, e atrfia-se ainda mais porque nao se considera as PME's que sao que mais gerem emprego.

umBhalane disse...

"É preciso ter a noção de que os preços em Moçambique acompanham a realidade internacional..."

NÃO SOU ECONOMISTA.

Claro que artificialmente os preços poderão ser controlados pela frelimo.

Quem paga?

Agora, atenta a realidade internacional, mas numa visão mais larga, abrangente,...o problema dos salários (e donde vêm os salários???) é comum a outras geografias.

Só se pode tirar de onde há.

Como estamos de produtividade, de produção, de valor acrescentado, mais valias, inovação,...???

Sim, como estamos??????

Quanto maiores forem os ordenados, o poder aquisitivo dos trabalhadores de Moçambique, melhor também para os Chineses, Japoneses e outros leões indomáveis.

Por isso...

Anónimo disse...

Eu gostaria de propor outras coisas, mais especificamente o involvimento do Estado no suporte da investigacao de solucoes tecnicas para o problema do custo do pao.

Soube num Food science conference, que Murtala Muhamed, entao presidente da Nigeria, tinha banido a importacao de cereais no fabrico da cerveja, por causa do desequilibrio na balanca de pagamentos.

Isso levou a desenvolver tecnicas de producao usando mandioca como material prima, e novas enzimas para degradacao do amido desse carbohidrato por uma famosa empresa da Noruega, e hoje usadas no mundo inteiro.

E possivel que tambem se possa encontrar outras solucoes, que tambem estimulem maior producao de recursos locais, que tambem serao mais baratos que o trigo, presentemente importado.

ricardo disse...

Parcialmente de acordo. Porque efectivamente os salarios sao desproporcionais aos gastos de um agregado familiar mocambicanao (em media).

Por isso, considero que se deveria e concentrar o FOCO no cabaz minimo. Respondendo as questoes (umas ate ja foram):

a) O que e o cabaz minimo?

b) Podera ser estratificado geograficamente e/ou antropologicamente?

c) Quais sao o seus componentes minimos (atencao as calorias/dia)?

d) Como assegurar o cabaz minimo (credito importacao, producao local, zona, logistica, distribuicao, custos de producao, etc.)?

e) Que criterio de distribuicao?

Porque a perspectiva do salario e finita. Nenhum salario sera capaz de responder as necessidades plenas de uma populacao que cresce dinamicamente e sujeita muitos estimulos (marketing, globalizacao, migracao e outros modismos).

Por isso e que digo que estou parcialmente de acordo. Como ja aqui o disse, paises ha (nao importa o sistema politico vigente) em que os salarios sao relativa ou absolutamente baixos, todavia tem a devida compensacao no sistema social, que inclui a questao da educacao, saude publica e alimentacao condigna.

Abdul Karim disse...

UmBhalane,

"Como estamos de produtividade, de produção, de valor acrescentado, mais valias, inovação,...???"

Concordo as tuas questoes e como concordo,

mas acho que a ideia geral da media pro governamental, 'e gerir a situacao, sem mudar, ou na melhor das opcoes, gerar mudanca na continuidade,

Nessa base, deixa-se andar, e vai questionando as "situacao milagrosas" que os "gestores publicos e privados" do sistema nos vao propondo,

Existe necessidade, de o governo, manter o status quo, com as mesmas e velhas formulas,

Isso reflecte que se pretende manter os beneficios e reforcar ainda mais o sistema monopolista, agravando os custos dos pequenos, falindo-os, e assumindo o total e completo controle de mercado.

O sistema caiu, e tenta-se a todo custo mante-lo de pe, entao vamos contribuir, pra tentar mante-lo de pe, discutindo as "engenharia pro-governamentais" ate nao dar mais,

E depois ve-se.

Salimo abdula confia na capacidade dos mocambicanos se desenrascarem, vamos ver se ele tem razao

ricardo disse...

Tomei a liberdade de copiar do Jornal "O Pais" o seguinte comentario de um dos leitores:

"...Eu tenho o direito de não concordar taxativamente com os gurus da nossa economia pelas razões seguintes: 1."Following the decrease in the South African Reserve Bank Repo rate, we have decreased our Prime overdraft interest rate with effect from today,10th September 2010 by 0,50% to 9.50% per annum." 2. A nossa economia está intrissecamente indexada a do vizinho Africa do Sul e, muitos de nós sabemos. logo a tendencia deveria ser decrescente e não o contrário 3. O aumento de 14.5% para 15.5% significa um encaixe (receita addicional) para o governo de 1.000.000,00 mts por cada valor de 100 milhões de mts emprestado a um banco. 4. valor esse que o banco irá bucar aos seus mutuários (clientes que pediram emprestimos). Esses mutuários por sua vez irão buscar aos singulares consumidores (população em geral). 5. a questão que colocaria seria de esperar pela melhor aplicação daquela receita coletada pelo estado via BM. 6. se o leitor ilustrar graficamente terá o resultado um círculo redondo..."

No dia que me demonstrarem duas coisas:

a) Que Economia e uma ciencia exacta;

b) Que a Banca e uma instituicao de caridade.

Eu ofereco o meu pescoco para cortar, com toda a certeza...

O que e chato mesmo, e que sao sempre OS MESMOS que - para bem ou para mal - nos dao sabias licoes de economia. E o pior, detestam a cadeira de Historia. Por isso, a culpa morrera sempre solteira.

Abdul Karim disse...

Eu gostaria de por apenas duas questoes simples a esse consultor do CIM,

1- O problema 'e de salarios de empregados, ou do emprego para desempregados ?

2- foram os empregados que se manifestaram ?

Auditor disse...

Medidas que podem dar um safanão na nossa economia num prazo de 5 a 7 anos:
- Baixar a taxa de juro gradualmente até valores abaixo dos 7,5% em moeda nacional.
- Baixar o IVA gradualmente até aos 14%
- Aplicar a Lei que obriga o pagamento de imposto no arrendamento de habitação. (cerca de 90% dos arrendamentos não pagam nenhum imposto)
- Reformular completamente a Lei de Trabalho impondo obrigações mutuas e incentivos a quem cria emprego e a quem quer trabalhar.
- Reformar compulsivamente todos aqueles que estão claramente inaptos para o serviço público e admitir pessoas formadas.
- Subir salário minimo para equivalente a 3.000 MT com aumentos anuais de 25% nos próximos 5 anos.
- Subir todos os salarios entre 3.000 a 6.000 MT, 20% ao ano nos próximos 5 anos.
- Subir todos os salarios entre 6.000 a 9.000 Mt, 15% ao ano nos próximos 5 anos.
- Subir todos os salarios entre 9.000 a 15.000 Mt, 5% ao ano nos próximos 5 anos.
- Congelar durante 3 anos todos os salários superiores a 15.000 MT incluindo EPs e Governo.
- Criar incentivos salariais e condições para quem se disponha a trabalhar para o Estado foras dos centros urbanos,
- Obrigar a que todos paguem IRPS incluindo os servidores do Estado, eleitos pelo Povo e Deputados
- Obrigar a que o IRPS dos expatriados seja pago integralmente no país e proibir os contratos de assistencia técnica que custam ás empresas e ONGs instaladas em Moçambique 20 milhões dólares mensais.
- Fiscalizar os lucros das empresas de modo a que os impostos reflitam a realidade. (estima-se que os resultados reflitam apenas 25% do lucro real)
- Massificar o ensino técnico-profissional a todas as Provincias mesmo recorrendo a formadores estrangeiros.

Auditor disse...

- Renegociar o IRC dos grandes projectos e obrigar os bancos a pagarem os mesmos impostos que pagam as empresas.
- Lançar Concursos Internacionais para concessão de terrenos agricolas em todas as provincias, com Cadernos de Encargos elaborados de forma a defenir produtos a cultivar e metas de produção. Não ter receio de conceder terras a estrangeiros desde que provem capacidade financeira e técnica para as trabalhar.
- Criar linhas de crédito a juros baixos para a agricultura e agro-industria.
-Criar uma instituição vocacionada exclusivamente para o seguro agricola e agro industrial.
- Incentivar e subsidiar a criação de animais de carne para abate nas áreas onde isso é possível. (70% do território nacional)
- Instalar em todas as provincias matadouros certificados e uma rede de frio vocacionada para o mercado local e a exportação.
- Proibir completamente a exportação de castanha de cajú em bruto.
- Apoiar e financiar as culturas em grande escala de trigo, milho, arroz e mandioca.
- Acabar com os famigerados 7.5 milhões por distrito e em alternativa incentivar e financiar a implantação de cantineiros e comerciantes em todos os postos administrativos de modo a restabelecer uma rede rural de comercialização de produtos.
- Construção de uma ou mais refinarias de petróleo em territorio nacional.
- Aplicar a Lei que proibe a exportação de madeira em toros.
- Incentivar a pesca industrial oferecendo condições e fiscalizando as águas territoriais. Chamar empresas internacionais vocacionadas para o processamento e exportação do pescado
- Concecionar áreas de turismo em toda a costa a grandes empresas vocacionadas para tal e fiscalizar de modo a que os valores de estadia cobrados aos turistas não fiquem no estrangeiro. (cerca de 75% das receitas de turismo ficam lá fora)
- Obrigar os Municipios e Administrações locais a criarem zonas de expanção para habitação, concedendo gratuitamente terrenos com áreas superiores a 1500m2 aos jovens que constituam familia.
- Financiar a juros baixos a auto-construção de habitação própria. (uma casa T3 com boa qualidade, em auto-construção custa menos de 1.000.000 MT).
- Incentivar a crição de cooperativas de habitação, legislando e concedendo terrenos para esse fim.
- Sobretaxar todos os produtos importados que se produzam em quantidade suficiente em território nacional.
- Reformular completamente as prioridades de alocação de fundos do OGE no que diz respeito a Serviços de Segurança e Defesa.

Auditor disse...

- Renegociar o IRC dos grandes projectos e obrigar os bancos a pagarem os mesmos impostos que pagam as empresas.
- Lançar Concursos Internacionais para concessão de terrenos agricolas em todas as provincias, com Cadernos de Encargos elaborados de forma a defenir produtos a cultivar e metas de produção. Não ter receio de conceder terras a estrangeiros desde que provem capacidade financeira e técnica para as trabalhar.
- Criar linhas de crédito a juros baixos para a agricultura e agro-industria.
-Criar uma instituição vocacionada exclusivamente para o seguro agricola e agro industrial.
- Incentivar e subsidiar a criação de animais de carne para abate nas áreas onde isso é possível. (70% do território nacional)
- Instalar em todas as provincias matadouros certificados e uma rede de frio vocacionada para o mercado local e a exportação.
- Proibir completamente a exportação de castanha de cajú em bruto.
- Apoiar e financiar as culturas em grande escala de trigo, milho, arroz e mandioca.
- Acabar com os famigerados 7.5 milhões por distrito e em alternativa incentivar e financiar a implantação de cantineiros e comerciantes em todos os postos administrativos de modo a restabelecer uma rede rural de comercialização de produtos.
- Construção de uma ou mais refinarias de petróleo em territorio nacional.
- Aplicar a Lei que proibe a exportação de madeira em toros.
- Incentivar a pesca industrial oferecendo condições e fiscalizando as águas territoriais. Chamar empresas internacionais vocacionadas para o processamento e exportação do pescado
- Concecionar áreas de turismo em toda a costa a grandes empresas vocacionadas para tal e fiscalizar de modo a que os valores de estadia cobrados aos turistas não fiquem no estrangeiro. (cerca de 75% das receitas de turismo ficam lá fora)
- Obrigar os Municipios e Administrações locais a criarem zonas de expanção para habitação, concedendo gratuitamente terrenos com áreas superiores a 1500m2 aos jovens que constituam familia.
- Financiar a juros baixos a auto-construção de habitação própria. (uma casa T3 com boa qualidade, em auto-construção custa menos de 1.000.000 MT).
- Incentivar a crição de cooperativas de habitação, legislando e concedendo terrenos para esse fim.
- Sobretaxar todos os produtos importados que se produzam em quantidade suficiente em território nacional.
- Reformular completamente as prioridades de alocação de fundos do OGE no que diz respeito a Serviços de Segurança e Defesa.

Abdul Karim disse...

Auditor,

Fico com algumas duvidas,

1- Com que entao devemos lancar concursos internacionais para concessao de terrenos agriculas ?

2- E os nossos agricultores ? batem palmas ? ou tornaram-se empregados ou assalariados dos internacionais ?

3- E os desempregados ? os desmobilizados ? os ambientalistas ? os seropositivos ? os madgermanes ?

4- Qualidade de educacao ?

5- PME's ?

6- Liberdade expressao ?

7- Criatividade e Inovacao ?

8- Transparencia dos concursos publicos lancados ?

9- HIV ?

10- Em muitos pontos diz "aplicar", quem vai aplicar ? e actualmente nao se aplica porque ?

ricardo disse...

Meus Parabens sr. Auditor,

Gostei do que li. Ainda ha esperanca neste mundo.

Bem Haja!

Auditor disse...

Esqueci uma das medidas mais importantes.
- Aplicar a lei de terras e redistribuir por quem provar ter capacidade de trabalho os milhoes de hectares ocupados por quem nada fez nem nunca fara.

Abdul,
A poucos dias eu vi homens famintos trocarem pedras e balas entre si por causa de pao, enquanto os verdadeiros responsaveis comiam bem na seguranca das suas casas. E essa visao levou-me em definitivo a inocencia. E tambem a paciencia para retoricas populistas como essa.
A questao meu caro e comida. Sobrevivencia. E ja agora, trabalho.

Núria Negrão disse...

Boa noite,

Apesar de compreender as dúvidas de Abdul Karim, eu concordo com o Auditor.

A minha família é proprietária de uma pequena empresa. Como é normal e de se esperar já tivemos algumas disputas com trabalhadores que foram para à inspecção do trabalho (e uma mesmo ao tribunal do trabalho). De todas as vezes que fomos chamados os inspectores ficaram impressionados tanto com o elevado salário que pagávamos aos nossos funcionários como ao reduzido salário que reservávamos para nós mesmos.

É possível aumentar os salários mínimos se se reduzir os salários máximos.

O estado ainda é o maior empregador deste país, por isso qualquer medida que o estado tome no sentido de aumentar os mínimos e diminuir os máximos vai ter um grande impacto nível nacional.

Por outro lado há que incentivar o pequeno agricultor. Há que criar linhas de crédito para os camponeses pobres (micro-crédito) - há muita literatura sobre isto, não é preciso inventar a roda.

Por fim a nível urbano informal, é preciso criar linhas de crédito e incentivar o trabalho dos pequenos empreendedores das cidades (como os vendedores ambulantes).

...

Eu não acho que a revolta foi feita apenas por desempregados. Aliás tenho ouvido muitos relatos do tipo "nem queria acreditar, aquela senhora que trabalha ..., estava ali a roubar com os outros, nem parecia a mesma pessoa"...

A revolta foi de toda a população peri-urbana que vive em condições extremamente violentas e sub-humanas.

Para estas pessoas o dia a dia é uma questão de sobrevivência - é difícil ser se desocupado quando se tem de lutar para sobreviver (mesmo aqueles que são ladrões, roubar também é uma espécie de trabalho, apesar de moralmente questionável; total desocupação é praticada apenas por grupos sociais privilegiados).

Eugénio Chimbutane disse...

Prof,

Dizer que “…, o grande problema do momento não são os preços que são altos, mas os salários que são baixos.”, não me parece ser o caso. Esta constatação e as recomendações do Consultor da CIM sobre o assunto, levaria a um problema ainda maior, chamado inflação em espiral, uma vez que o aumento dos salários provocaria aumento automático dos preços.

O consultor está a esquecer que o trabalho (a mão de obra) é um dos factores de produção e que a sua remuneração (salário) é parte integrante da formação do preço. Repetindo o ciclo (aumento dos salários, aumento dos preços, e assim sucessivamente) a curto/médio prazo a nossa inflação atingiria taxas jamais vistas, transformando a economia num caos total.

O problema, no meu ponto de vista, reside no facto dos preços crescerem em progressão geométrica (velocidade da luz) e os salários em progressão aritmética (passo de camaleão). Isto é causado por uma economia frágil, com falta uma estrutura de produção consistente e geradora de dinâmicas de acumulação e competitividade regional e mundial.

Ou em outras palavras, falta uma plataforma de produção que incentiva e viabiliza investimentos, sobre sobretudo de pequenas e médias empresas. Essa plataforma inclui, mas não se limita apenas a, sistemas de regadio, vias de acesso, investigação agrícola e industrial, programas coerentes de apoio e desenvolvimento empresarial, formação técnico-profissional, etc.

Em suma, os problemas de custo de vida em Moçambique só serão resolvidos através de implementação de uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo, com uma visão clara e produto da imaginação de todos nós e não apenas de políticos dos gabinetes e dos Mercedes.

Abdul Karim disse...

Auditor,

Eu nao minimizar-te, longe disso, o que tentei foi colocar-te duvidas,

E tenho estado a dizer, que podemos gerar mil e uma solucoes mas "os donos" nao querem ouvir, por outro lado "aplicar" leio como "implementar" e ai, meu caro, tudo falha, sempre.

A capacidade dos "donos" de nao implementar qualquer solucao 'e bem conhecida.

Dizes "Comida, Sobrevivencia e Trabalho", nao discordo,

Espero que tenhas compreendido, as minhas questoes, nao as pus pra ser mais popular ou menos popular, sao questoes de fundo tambem, sao questoes que requerem solucoes tambem, que mal resolvidas, vao continuar a trazer problemas,

Abdul Karim disse...

Concordo com o Eugenio tambem,

Agora se o diagnostico da situacao actual do pais for mal feita, entao a solucao tambem sera.

Por outro lado, ver o problema na optica economica apenas, nao vai resolver nehum problema,

Tanto mais que economicamente estamos a crescer ha mais de 15 anos de forma "vigorosa", e aluguer de terrenos 'e estrategia do actual governo.

O problema 'e tambem social, educacional, etico, ausencia de valores, distorcoes historicas, falta de capacidade de trabalho no topo,focuss do governo no enriquecimento a todo custo dos governantes a nivel individual e colectivo dos mesmos para os mesmos, e acima de tudo uma ideologia que exclui.

Unknown disse...

Concordo com Eugénio. existe uma ligação direita entre salários e preços, porém apenas para os produtos e serviços nacionais.

mais a realidade é que maior parte dos produtos consumidos em Moçambique são importados, daí a dificuldade de contolar os preços. importa portanto uma política visando ao desenvolvimento da produção local. como explicar que o leite de c´co em lata que compramos é feito na tailândia? a tomate inteira enlatada vem do brazil? para citar alguns casos. há uma falta evidente de industria de transformação de produtos alimentares e não só.

o grande problema que afectou o país é a liberalização, isto é, a tandência de contar sobre o mercado para regular a economia. na Europa e américa, a agricultura se desenvolveu com subsídios do governo e preços controlados. num país descapitalizado como Moçambique e sem política de crédito adaptados à produção agrícola (juros bonificados, reembolso só após de 3 anos, etc..) nunca terá um desenvolvimento da produção agrícola notável, o que limita também o desenvolvimento da industria alimentar

Anónimo disse...

Houve época em que era comum ouvir a mesma explicação ou 'justificativa' aqui pelo Brasil afora. 'Não são os preços que são altos, mas os salários é que são baixos'. Por que não são as duas coisas ? De qualquer forma, tais 'explicações' para a fome e escassez são de um reducionismo escandaloso.

Paulo; Brasil

Eugénio Chimbutane disse...

Natalie,

A relação salários/preços é válida também para produtos importados. No preço final desses produtos está incorporada também a mão de obra local: serviços de trading, despacho aduaneiro, transporte/distribuição, venda, etc...

Abdul Karim disse...

Eugenio,

Podes explicar um pouco mais essa plataforma que idealizaste ?

Parece-me muito boa ideia,

Uma outra questao, o governo sempre empurrou para CTA e houve tambem algo como "PODE" se nao estou em erro,

Que diferencas teria essa plataforma que idealizaste, com as "plataforma de brincadeira" que ate agora foram montadas no pais ?

umBhalane disse...

Li com interesse os comentários.

É preciso...frase lapidar.

Fazer, é a grande dificuldade, por imperativos vários, mormente pela ausência de "poder", em sentido lato, e por causa do verdadeiro poder, o poder real.

O Dr. Eugénio Chimbutane aflorou questões importantes.

Por mera curiosidade, apenas por isso, gostaria de saber dos salários da Companhia Industrial da Matola.

E pela legitimidade da argumentação, claro.