01 setembro 2010

Frelimo está a desviar-se dos seus objectivos (Marcelino dos Santos) (3)

"JS – Nesta palestra o senhor afirmou que o socialismo democrático, de que tanto se fala em Moçambique, encapota o capitalismo ?
MS – Naturalmente que encapota. O socialismo democrático é simplesmente um truque que as forças capitalistas construiram para deitar poeira nos nossos olhos."
Prossiga a leitura aqui.

2 comentários:

ricardo disse...

A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias (Winston Churchill)

Coerente com a sua cartilha, o politico-anciao apresenta-nos uma solucao "Khmer Rouge" para os problemas correntes do pais (http://www.edwebproject.org/sideshow/khmeryears/camps.html), o que confirma sua visao burguesa do problema do nivelamento da classe baixa, a extincao da media e o encastelamento da alta. Fiel a sua cartilha, porque estamos todos recordados da contribuicao pessoal de dos Santos, como Ministro do Plano, no escangalhamento do sistema colonial, que era injusto, mas eficiente. E sua transformacao num sistema justo, mas ineficiente, que era a economia planificada socialista. De como pela sua pena, deixamos de receber as tranches das minas do Rand em barras de ouro; e como nos enfiamos no atoleiro do Zimbabwe, a troco de promessas vas da ONU, ate hoje nunca honradas. Idealismo ou Ingenuidade politica?


E hoje em dia, como sempre, e na eficiencia por quem os sinos dobram.

Mas estou de acordo que "...hoje, no quadro dum processo que deve ser o do desenvolvimento económico do País, temos
de dar o passo no desenvolvimento da agricultura, que será acompanhado naturalmente da
indústria como seu factor dinamizador...". nao como verdades de Lapalisse, mesmo porque, para alguem trabalhar, so o faz de barriga cheia, mas fundamentalmente pelo facto do "Roubo do Desenvolvimento" tao exaustivamente reportado neste blog, estar alicercado neste hiato entre o tradicional (campones) e o contemporaneo (urbe). Como passar a mensagem a um campones que vive pachorrentamente - e por geracoes - com a sua pequena horta, suas galinhas, sua batucada e casas arejadas, como os materiais de construcao ali a mao, e terrenos que lhe pertencem costumeiramente, que aquele "invasor" lhe cortou o quintal ao meio para fazer passar uma auto-estrada, uma monocultura, etc. a troco de um cargo administrativo de fachada, ou a honra de viajar como um animal do ZOO a terra dos brancos para revelar tao pitoresca existencia?!

E aqui onde eu esperava ver dos Santos a mergulhar em profundidade. Mas seria uma contra-senso, pois trata-se de um burgues nato, que afinal, como todos, preservara Pavlovianamente os fundamentos da sua classe dominante.

Disse

ricardo disse...

É uma ideia tipicamente socialista considerar o ganho como um defeito. Eu penso que o verdadeiro defeito é ter perdas...É inútil dizer «estamos a fazer o possível». Precisamos de fazer o que é necessário (Winston Churchill)

Ao colocar a questao hiato entre o tradicional (campones) e o contemporaneo (urbe), como ponto central do problema de Mocambique, baseio-me em evidencias no terreno colhidas em Mossuril - nas cercanias do terreo paco de dos Santos - onde felizmente, ha gente (http://web.mac.com/belmoz/iWeb/belmoz/belmoz%20project.html) que pensa como eu. La, naquele local, nao ha "roubo do desenvolvimento", todos ganham, mas nao necessariamente todos ganham o mesmo. E nem poderia ser.

O que importa e que o alcance do beneficio comum seja tranversal, e nao intrigas, chantagens e imposicoes politicas de entourages parasitarias que so querem regalias e poder. O que as comunidades precisam e de GUIAS para lhes darem o arranque, porque elas ja nasceram a caminhar.

Ali no meio do mato, sem incentivos fiscais, nem lobbies nos hoteis da capital. Iniciativa e risco proprios (estrangeiros) em beneficio de todos.

E se me permitirem agora uma sugestao, creio que o Professor e Marcelino dos Santos deveriam la ir os dois juntos para fazerem o checklist das perguntas que sistematicamente nos chegam neste blog.

Tenho dito e ponto final